Moisés e um partido para chamar de seu

Foto: Peterson Paul/Secom

Nas últimas semanas, o governador Carlos Moisés funcionou como uma espécie de enceradeira na busca de um partido político para concorrer à reeleição em 2022. Se movimentou, movimentou e não saiu do lugar.

Não é necessariamente um problema, até porque o prazo para ele se filiar é abril do ano que vem. Mas mostrou que, apesar de ser governador e ter o Governo com cofres cheios, talvez não seja tarefa fácil arranjar um partido que o abrigue, com competividade.

Nesta terça-feira foi a vez de Carlos Moisés conversar com a bancada estadual do MDB, seu fiel aliado na Assembleia Legislativa. Reassumiu seu compromisso de decidir apenas em abril, assim como ouviu que a candidatura própria da ainda maior sigla do estado é irreversível – como se isso fosse possível na política -, que tem três pré-candidatos colocados: o senador Dário Berger, o deputado federal Celso Maldaner e o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli.

Também falou para os deputados emedebistas que uma eventual ida para o PP é quase impossível, ainda mais com a sinalização que o presidente Bolsonaro poderia voltar para a sigla onde ficou por bastante tempo, neste caso, fortalecendo o nome do ex-colega Esperidião Amin, eterno candidato.

Antes, tentou conversar no andar de cima com dirigentes do Republicanos e do Podemos. Neste, a presidente, deputada federal Renata Abreu, até se encantou com a possibilidade da sigla ainda pequena contar com um  governador candidato à reeleição em suas fileiras, mas teve que recuar ao perceber o berreiro das lideranças estaduais, entre elas o prefeito de Blumenau Mário Hildebrandt, que sempre se colocaram do outro lado do tabuleiro eleitoral.

Do Republicanos, ouviu que a sigla deve fazer parte do guarda-chuva do projeto de reeleição de Bolsonaro e este é um dificultador a mais para Carlos Moisés. Desconhecido do eleitorado, se elegeu na onda 17 e imediatamente tomou posições divergentes a do presidente, no estado mais bolsonarista do país. O partido que ceder o espaço para ele receberá a pecha de adversário.

Depois de ter sobrevivido a dois processos de impeachments, frutos de sua inabilidade política, Carlos Moisés tem pisado fundo no acelerador do Governo do Estado com realizações e obras, gerando reações positivas especialmente em prefeitos e lideranças empresariais.

Mas sem um partido – digo mais, um partido consistente -, pode morrer na praia.

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