“Isso não é comigo”, resume depoimentos na CPI dos Respiradores

Uma coisa foi consenso nos depoimentos de Marcia Pauli, ex-superintendente Administrativa da Secretaria de Saúde, do ex-secretário de Saúde Helton Zeferino e do ex-chefe da Casa Civil, Douglas Borba. A compra dos 200 respiradores pelo Governo do Estado junto a empresa Veigamed foi “desastrosa”, com fortes indícios de fraude.

Apesar de serem três pessoas na linha de frente neste processo, eles não sabem quem é o responsável pelo “desastre”, que por enquanto, está causando um prejuízo de R$ 33 milhões para os cofres públicos estaduais.

Em mais de 11 horas de depoimentos, os integrantes da CPI da Assembleia Legislativa colocaram os três depoentes, que estavam na condição de testemunhas, na parede. Arrancaram detalhes de fragilidade do processo feito pelo Governo e escancaram a falta de responsabilidade com o dinheiro público.

Os dois que ocupavam cargo político – Zeferino e Borba – deram a entender que quem autorizou o pagamento teria sido a servidora de carreira Marcia, não assumindo nem a responsabilidade deles de pelo menos acompanharem a compra como gestores acima dela.

Além do mais, se sugeriu que um deputado participava sistematicamente das conversas do grupo de emergência montado pelo Governo, mas tanto Douglas Borba como a Marcia foram acometidos de amnésia, não lembraram o nome do parlamentar como se isso fosse possível.

Outra revelação importante dos depoimentos, na visão do relator e proponente da CPI, Ivan Naatz (PL), é que “venderam um caos que não existiu”, referindo-se ao clima de pânico instaurado na e pela cúpula do Governo Moisés. “Aquele estado de calamidade abriu a porta do cofre e cada um ganhou a chave para abri-lo”, afirmou Naatz.

Para ele, os depoentes usaram uma técnica de defesa bem comum de advogados, que é determinar o limite de atuação de cada um.

Naatz disse que Carlos Moisés se omitiu e deixou todos sem respaldo; ‘Mais cedo ou mais tarde esta CPI terá que fazer algumas perguntas para o governador.”

Não deve demorar, afinal Naatz quer entregar o relatório até o final de julho. Nesta quinta a CPI ouve o atual secretário, André Ribeiro Mota, que era adjunto na época da negociação e na terça-feira acontece a acareação entre Marcia, Zeferino e Douglas.

Os próximos capítulos prometem!

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