O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,26% em setembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O indicador voltou a acelerar em relação ao mês anterior, puxado desta vez pela gasolina, que teve uma alta de 2,8% em setembro e uma contribuição de 0,14 ponto percentual no índice geral.
Em agosto, o IPCA fechou com alta de 0,23%. Já em setembro de 2022, o país havia registrado deflação de 0,36%, na esteira da desoneração de combustíveis.
Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 5,19% na janela de 12 meses. No ano, acumula alta de 3,5%.
O resultado veio abaixo das expectativas do mercado financeiro, que esperava alta de 0,33% no mês. Em 12 meses, no entanto, o indicador voltou a sair do intervalo das metas de inflação perseguidas pelo Banco Central. A meta é de 3,25%, com tolerância entre 1,75% e 4,75%.
Seis dos nove grupos que compõem o IPCA tiveram alta no mês, com destaque para Transportes (1,4%), que abriga o avanço nos preços dos combustíveis. Além da gasolina, outro aumento relevante do grupo vem das passagens aéreas, que subiram 13,47% em setembro.
Veja o resultado dos grupos do IPCA:
Alimentação e bebidas: -0,71%;
Habitação: 0,47%;
Artigos de residência: -0,58%;
Vestuário: 0,38%;
Transportes: 1,40%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,04%;
Despesas pessoais: 0,45%;
Educação: 0,05%;
Comunicação: -0,11%.
Pressão em Transportes
A gasolina é o subitem do IPCA que mais subiu em 2023, com alta acumulada de 16,18% no ano. A variação em 12 meses é de 16,57%, o que mostra como o combustível sofreu pressão desde a virada do ano.
Neste mês, o avanço nos preços da gasolina contribuiu para um aumento de 2,7% no item combustíveis. Dentro do grupo, vale mais um destaque para o diesel, que teve alta de 10,11% no mês. Já o gás veicular subiu 0,66%, enquanto o etanol registrou queda de 0,62%.
Ainda em Transportes, segue a volatilidade de preços de passagens aéreas. Neste mês, houve alta de 13,47% e participação de 0,07 p.p. no indicador, vindo de uma queda de 11,69% no mês anterior.
Alimentação e bebidas em queda
O grupo de Alimentação e bebidas registrou o maior peso no IPCA de setembro (21,1%), e teve queda de 0,71% no mês. Foi a quarta deflação seguida nos preços do grupo, acumulando redução de 2,65% no período.
De modo geral, temos um ano com safra grande que tem contribuído para maior disponibilidade de alimentos no mercado. Essa maior oferta reduziu os preços de subitens importantes, como carnes e leite.
— André Almeida, gerente de IPCA do IBGE
Quem puxa os resultados de deflação do grupo é o item Alimentação no domicílio, que engloba artigos de alimentação in natura. No último mês, o recuo foi de 1,02%. Mas expandindo a análise e considerando os quatro meses de queda dos preços do grupo, o item acumula retração de 4,01% no período.
De volta ao mês de setembro, o IBGE destaca as quedas da batata-inglesa (-10,41%), da cebola (-8,08%), do ovo de galinha (-4,96%), do leite longa vida (-4,06%) e das carnes (-2,10%).
Quem freia uma redução mais acentuada dos Alimentos e bebidas é o item Alimentação fora do domicílio. No mês, a alta foi de 0,12%. Apesar de ser uma desaceleração em relação a agosto (0,22%), nos quatro meses em questão, o grupamento tem avanço de 1,01% no acumulado.
“As altas da refeição (0,13%) e do lanche (0,09%) foram menos intensas do que as observadas em agosto (de 0,18% e 0,30%, respectivamente)”, destaca o IBGE.
Serviços e monitorados
Um dos principais núcleos olhados pelo Banco Central (BC) para a condução da taxa básica de juros, a inflação de serviços teve leve aceleração no mês de setembro. A alta no mês foi de 0,5% contra 0,08% em agosto.
No acumulado de 12 meses, a inflação de serviços acumula 5,54%. Na medição anterior, eram 5,43%. A principal influência para a aceleração veio das passagens aéreas, que têm sido bastante voláteis mês a mês.
Ainda assim, os serviços ainda estão bem abaixo do pico que registraram em julho de 2022, quando subiram quase 9% na janela de 12 meses. Com o aumento do índice geral, inclusive, eles se aproximam do restante da cesta e deixam de descolar dos resultados agregados.
Quem voltou a chamar atenção foram os preços monitorados. São itens cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos. A alta para o mês de setembro foi de 1,11%, contra 1,26% em agosto.
Acontece que a janela de 12 meses passou a acumular alta de 10,21% na medição de setembro, contra 7,69% do mês anterior. A influência mais clara, evidentemente, é a gasolina.
Fonte: g1
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