Estudantes de Blumenau participam de projetos de Educação Alimentar e Nutricional

Foto: PMB

Nos últimos anos, o mundo vem passando por uma transição alimentar com o aumento do consumo de produtos ultraprocessados e a redução de alimentos in natura. No Brasil, este fenômeno tem crescido na última década, principalmente, por conta de fatores psicológicos, questões socioculturais, condição financeira das famílias e avanço no marketing sobre alimentos ultraprocessados.

Pensando em soluções para minimizar esse impacto na vida das crianças, Escolas Básicas Municipais (EBMs) e os Centros de Educação Infantil (CEIs) de Blumenau recebem dois projetos de Educação Alimentar e Nutricional (EAN): Construindo o corpo para CEIs e O poder dos alimentos para EBMs. Profissionais de nutrição da Risotolândia irão trabalhar, juntamente com os educadores, para incentivar o consumo de carnes, alimentos integrais e vegetais; apresentar os alimentos que constituem o cardápio do CEI; incentivar o consumo de água; alertar sobre as consequências de uma alimentação pobre em vitaminas e nutrientes; alertar sobre o consumo exagerado de alimentos ultraprocessados; e incentivar a prática de exercícios físicos. Cerca de 48 unidades educacionais participarão dos projetos.

“O ambiente escolar permite tanto o aprendizado como a prática de hábitos saudáveis, já que as crianças estão em pleno desenvolvimento. Observando e tendo conhecimento conseguem escolher melhor o que consumir. Além disso, os estudantes levam para casa muito do que aprendem disseminando as informações sobre saúde e alimentação com a família. As práticas educativas são um grande aliado ao combate à obesidade infantil e permite uma melhora no consumo de alimentos saudáveis de forma permanente”, defende Amanda Bertoldi, nutricionista responsável pelos projetos.

Para o secretário de Educação de Blumenau, Alexandre Matias, o incentivo a uma alimentação saudável é fundamental nas instituições de ensino. “Ela está ligada diretamente à formação de hábitos saudáveis ao longo de toda a vida dos nossos estudantes. Essa iniciativa fornece para nossas crianças ainda mais conhecimento sobre nutrição”, destaca.

Sobre os projetos

O poder dos alimentos – Escolas Básicas Municipais 

Este projeto será aplicado em todas as escolas da rede pública e prevê também um Concurso de Mascote para criação do representante fiel da alimentação saudável no ensino público. Os “poderes” do personagem serão ligados à boa alimentação, tais como: visão impecável; força; velocidade; e habilidade analítica (resolver mistérios com destreza).

A ação inicia com uma palestra interativa da nutricionista para apresentar conceitos básicos de alimentação saudável atrelando os alimentos do cardápio escolar, fornecido na Rede Municipal de Ensino, aos possíveis poderes dos mascotes, baseados em características sensoriais ou propriedades fitoquímicas dos alimentos. A apresentação busca pontuar a importância de cada grupo alimentar: os construtores, em especial as proteínas, que são fundamentais para a construção do organismo, ossos, pele e músculos; os energéticos, ricos em carboidratos e gorduras, que fornecem energia para as atividades diárias; e os reguladores, nos quais se encontram as vitaminas, fibras e minerais, que são necessários para o bom funcionamento do organismo e auxiliar no crescimento e na prevenção de doenças.

Ao final da palestra tem o momento de interação e a apresentação do Concurso de Mascotes, que conta com três etapas: primeira, seleção do melhor mascote da escola por meio de votação dos professores e diretores das escolas; segunda etapa, os estudantes vencedores criam uma pequena história para o personagem, incluindo hábito da alimentação saudável, desperdício de alimentos e afins, para seleção de um comitê da Risotolândia; a última etapa prevê a criação de um gibi com os personagens sobre educação nutricional, o qual será produzido e entregue aos estudantes.

Construindo o corpo – Centros de Educação Infantil 

Para ensinar aos pequenos foi criado um jogo educativo no qual as crianças se reúnem em roda de conversa com a nutricionista. O jogo é composto por uma roleta com alimentos que, tradicionalmente, compõem a alimentação fornecida no ambiente escolar. Cada alimento é associado a uma parte do corpo humano, de acordo com suas propriedades nutricionais. Os estudantes rodam a roleta e vão montando o corpo a partir da junção das partes sorteadas. O jogo encerra quando o boneco ficar completo.

Associações dos alimentos com as partes do corpo:

– Cabelo: feijão e lentilha (fontes de ferro e zinco facilitam a formação dos fios)- Olhos: ovos (carotenóides na gema previnem degeneração das mucosas e catarata)
– Pernas: banana e melão (ricos em potássio, auxiliam na recuperação muscular e evitam câimbras).
– Cabeça: peixe (por conta de ácidos graxos essenciais, preservam a memória)
– Pulmão: folhosos (ricos em antioxidantes, melhoram a imunidade)
– Dentes: maçã e laranja (a maçã aumenta o fluxo salivar e limpa as placas bacterianas ao ser comida. A laranja e outras frutas ricas em vitamina C preservam a saúde das gengivas).
– Pele (braço): cenoura, abóbora e tomate (ricas em carotenóides e licopeno, deixam a pele mais segura e corada).
– Músculos: carnes (fontes de proteína e ferro heme auxiliam na preservação e regeneração muscular)
– Ossos: leite e queijos (como fontes animais de cálcio e zinco, mantém a alta densidade óssea)
– Tórax: abacaxi e melancia (são frutas ricas em água e minerais, compondo a base do corpo)
– Intestino: grãos integrais (alimentam as bactérias da microbiota ideal e regulam o funcionamento do órgão)
– Coração: beterraba, batata doce, abacate (ricos em ferro e magnésio, controla a pressão arterial e evita sobrecarga muscular)

“Queremos mostrar a importância de unir os alimentos, consumir uma alimentação variada e beber água, além de priorizar os alimentos que constroem o corpo, ao invés de ultraprocessados. Vamos reforçar também que uma criança bem nutrida tem melhor rendimento escolar, disposição, sono regular e melhor imunidade. Todo o momento de conversa, em ambos os projetos, também serve como troca de saberes com as crianças, que podem expor experiências e costumes familiares referentes à alimentação. Temos certeza que o conhecimento aprendido será replicado em casa”, finaliza Amanda.

Fonte: PMB

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