Câmara realiza audiência sobre previdência municipal, sem a presença de representante da Prefeitura de Blumenau

Foto: Denner Ovidio/CMB

Uma pena. A administração municipal preferiu não mandar representantes na audiência pública da Câmara Municipal para debater a situação da previdência dos servidores públicos municipais, realizada nesta quarta-feira, a noite.

É claro que não era o caso de colocar o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) ou a vice Maria Regina Soar (PSDB) numa saia justa desta, mas era democrático e fundamental que o Poder Público, autor de um projeto que tramita no Legislativo aumentando a idade mínima da aposentadoria dos servidores, enviasse alguém para o representar, até por respeito ao parlamento e aos trabalhadores.  Afinal, esta conversa está sendo feita, pelo prefeito, em diferentes esferas, com os vereadores próximos, empresários e imprensa.

Para não dizer que não tinha alguém da Prefeitura, o vereador Marcelo Lanzarin (Podemos), líder do Governo e servidor de carreira, marcou presença, defendendo a necessidade de mudanças no sistema previdenciário municipal. Foi coerente com a postura dele de sempre, o que gerou reação da plateia.

foto: Denner Ovídio/CMB

Acabou sendo uma audiência para marcar posição, evidenciar a maneira que o Governo pretende tratar esta questão no Legislativo e dimensionar quem fará oposição a este projeto. Fora Lanzarin, se manifestaram Adriano Pereira (PT), Professor Gilson (Patriota) e Bruno Cunha (Cidadania), os proponentes, e Silmara Miguel (PSD), vice-presidente da Casa.

O Sintraseb e o Sinsepes, o sindicato dos servidores da FURB, marcaram presença e fizeram sua parte, lotando as galerias e protestando. Os seus representantes usaram a tribuna questionando a falta de diálogo, ressaltando outras possibilidades e é claro reclamando que os trabalhadores acabam pagando uma conta que não precisava se houvesse mais zelo pelo dinheiro público no geral, não referindo-se a apenas esta administração, mas as recentes.

A assessora previdenciária do ISSBLU, Claudia Íten apresentou números que embasam o cálculo atuarial oficial com déficit de pouco mais de R$ 3 bi.

Ao final de duas horas de debate, a audiência foi encerrada com quase nada de avanço, além da inegável e não menos importante visibilidade, lembrando que os servidores públicos municipais de Blumenau estão em estado de greve, decidido em assembleia na semana passada.

Há um prazo regimental para a proposta de mudança na Lei Orgânica do Município, que se não houver “pegadinha”, impossibilita a aprovação para este ano.  Mas “pegadinha” faz parte do jogo político e este movimento – ou não – da Prefeitura pode mexer com o humor da categoria nesta quase véspera de recesso.

 

 

 

 

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