Blumenau apresenta projeto que cria o Memorial da Tipografia

Foto: Giovanni Silva/PMB

A comunidade blumenauense conheceu nesta terça-feira, dia 16, no Salão Nobre, o projeto que prevê a criação do Memorial da Tipografia de Blumenau. O contrato foi assinado pelos representantes da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais (SMC), e da Associação dos Amigos do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva. As primeiras ações culturais no parque gráfico da SMC devem ser possíveis até 2027, quando o maquinário renovado permitirá o retorno das publicações e das atividades de educação patrimonial.

A prefeita em exercício, Maria Regina Soar, acompanhou a solenidade e demonstrou satisfação com o restauro da gráfica histórica. “Blumenau sempre teve um cuidado especial com a sua história. E em relação aos equipamentos gráficos, que por tanto tempo proporcionaram a propagação da nossa história, não poderia ser diferente. Por isso estamos investindo nesse memorial que será parte fundamental do acervo da nossa cidade que conta, cada vez mais, dos vieses que nos constituiram como municipio”, afirma.

A iniciativa, dividida em três etapas, propõe a restauração dos equipamentos gráficos doados ao município nos anos 1970 pelo então proprietário do Jornal A Nação, Honorato Tomelin, além de investimentos no prédio da antiga gráfica, localizada aos fundos da Biblioteca Municipal Dr. Fritz Müller, no Centro Histórico. “Com a gráfica pronta, podemos produzir jornal, fazer o edital de lançamento de livros de escritores blumenauenses, enfim há uma infinidade de possibilidades”, mencionou o secretário municipal de Cultura, Sylvio Zimmermann. “Primeiro faremos o restauro dos equipamentos, depois a adequação do prédio e posteriormente a ampliação. Tenho plena convicção que deixaremos esse legado não só para Blumenau, mas também para Santa Catarina e Brasil”, emendou.

O presidente da Associação dos Amigos do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, Darlan Schmitt, considera a revitalização do Parque Gráfico fundamental para a preservação do patrimônio cultural de Blumenau. “No espaço, que por anos funcionou como um centro de produção de conhecimento e cultura, foram impressas publicações importantes, como a Revista Blumenau em Cadernos. Agora, com a renovação, terá seu legado ressignificado e transformado em um memorial vivo. A nossa proposta é que o local não seja apenas um museu, mas um ponto de referência com exposições permanentes, visitas guiadas e atividades educativas que manterão a história gráfica da nossa cidade viva e acessível para todos”, comenta.

A primeira etapa viabiliza a restauração dos equipamentos de linotipos, tipografias, prensas e todas as ferramentas que compõem o parque gráfico da SMC. “Nessa fase, buscaremos captar recursos federais previstos na lei de incentivo à cultura para aplicar na restauração dos equipamentos e na elaboração dos projetos de arquitetura, de engenharia e paisagismo para uma futura obra civil”, menciona o responsável pela elaboração do projeto cultural para busca de recursos, Rodrigo Dal Molin.

A expectativa é que em 2027 seja possível programar as primeiras ações culturais no parque gráfico restaurado. “Pretendemos cadastrar o projeto ainda neste semestre para viabilizar a captação dos recursos com vistas à entrega do parque gráfico até 2028. O cumprimento dos prazos vai depender do andamento da captação dos valores. Estamos fazendo a composição final dos orçamentos da primeira etapa, com recursos públicos viabilizados a partir da renúncia fiscal de 6% para pessoas físicas e de 4% para jurídicas, tendo como finalidade a aplicação em projetos culturais previamente aprovados”, prevê Dal Molin.

Histórico
A caminhada para a formação do parque gráfico da SMC teve início a partir de uma oficina que pertencia ao escritor e historiador José Ferreira da Silva, que imprimia todo material de correspondência e escrituração da antiga Fundação Casa Dr. Blumenau. De acordo com ata registrada no dia 23 de novembro de 1972, quando foi adquirida pela fundação, a tipografia era composta por uma máquina impressora elétrica, guilhotina, máquinas de grampear e picotar e 38 caixas com tipos de variados corpos, além de outros objetos.

Nessa época deu-se início a publicações culturais com o livro “Charles van Lede e a colonização belga em Santa Catarina”, de autoria de Carlos Ficker, numa edição de 600 exemplares. Com a aquisição de um prelo impressor pertencente à Gráfica 43 S.A., em 1974, a “Revista Blumenau em Cadernos”, a principal divulgação histórica do município, também passa a ser editada na Casa Dr. Blumenau, com o serviço migrando nessa época da Tipografia Centenário, de Timbó.

Em 1977, com o aumento dos assinantes, a composição gráfica da revista passou a ser feita no Jornal Lume, enquanto que a encadernação continuou na fundação. Em 1978, o proprietário do jornal, Honorato Tomelin, doou as máquinas de linotipo e impressora, o que ampliou em 100% a produção editorial da Casa Dr. Blumenau, incluindo a “Blumenau em Cadernos”.

Fonte: PMB

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