As dificuldades para as mulheres no mercado de trabalho brasileiro

O mundo dos negócios segue sendo palco de desafios, desigualdade e superação para as mulheres. Salários inferiores aos dos homens – que por sua vez predominam nos cargos mais elevados -, aumento no desemprego, dupla jornada e o preconceito são algumas das barreiras constantes na vida profissional das mulheres. Mesmo estudando mais que os homens, elas têm visto as oportunidades profissionais se manterem extremamente limitadas e difíceis.

A diferença salarial é um dos fatores mais impactantes. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coletados no quarto trimestre de 2018 (último balanço trimestral divulgado), as mulheres ganham, em média, cerca de 28% a menos que os homens – mesmo atuando na mesma área e tendo o mesmo nível de escolaridade, que eles.

De acordo com os números, as mulheres recebem, em média, R$ 2.007 por mês, enquanto os homens tem um rendimento mensal médio de R$ 2.568 – uma diferença de R$ 561 ao mês. Em determinadas regiões esta diferença chega a ser ainda maior – como no Distrito Federal, onde os homens recebem cerca de R$ 1 mil a mais.

Diferença esta que, pela primeira vez em 23 anos, cresceu. É o que afirma o estudo “País Estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras (2018)”, realizado pela Oxfam Brasil e publicado em novembro de 2018.

De acordo com o estudo, em 2016 as mulheres recebiam, em média, cerca de 72% do salário dos homens. Em 2017, a proporção recuou, chegando a apenas 70%. Segundo o estudo, isso se deu principalmente pelo aumento desigual nos rendimentos: em dois anos, os homens tiveram um aumento de renda na média de 19%. Já as mulheres contaram com um aumento em proporções muito inferiores: apenas 3,9%.

A situação é ainda mais gritante entre os mais pobres, onde houve uma queda no rendimento. Enquanto a perda dos homens foi de 2%, as mulheres viram suas rendas recuarem 3,7%.

É importante ressaltarmos, porém, que este não é um mal que atinge apenas o Brasil. Segundo relatório divulgado em fevereiro pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a desigualdade de gênero no mercado de trabalho é um problema a nível internacional. De acordo com os dados do levantamento, apenas 48% das mulheres em idade de trabalho estão empregadas a nível mundial. No caso dos homens, 75% possui empregos.

No Brasil, o desemprego também é maior entre elas. Segundo dados do IBGE referentes ao quarto trimestre de 2018, as mulheres são maioria na população com idade para trabalhar no Brasil (52,1%). Porém, apenas 44,5% do mercado de trabalho é ocupado por mulheres. Desta forma, constatou-se que 15% da população feminina estaria desempregada – contra 11,6% do contingente masculino.

Falta de oportunidades reflete em mais empreendedoras
Para fugir das injustiças e da cultura machista presente no meio profissional, muitas mulheres enxergaram no empreendedorismo a chance de mudar a própria história. Dupla jornada também afeta público feminino. Não apenas estes problemas fazem parte da rotina das mulheres, mas também a dupla jornada que as mesmas vivenciam, seja com tarefas domésticas ou cuidados com outros membros da família – serviços que não são renumerados e exigem dedicação extrema.

Faltam oportunidades em cargos de confiança/chefia

As mulheres também encontram barreiras extremamente sólidas quando falamos em cargos de confiança nas empresas, uma vez que não recebem as mesmas oportunidades proporcianadas ao sexo oposto.

Segundo dados da consultoria SpencerStuart, as mulheres estão presentes em apenas 9,4% dos conselhos administrativos das empresas brasileiras, sendo uma média muito inferior ao constatado no cenário internacional, que registra participação feminina em cerca de 24% destes – outro número considerado baixo, porém muito superior à realidade brasileira.

Número de mulheres empreendendo no Brasil aumenta
Para fugir destas injustiças e da cultura machista no meio profissional, muitas mulheres passaram a empreender.

Somente nos últimos cinco anos, o número de Microempreendedoras Individuais (MEI) mais que duplicou, saltando de 1,3 milhão (2013) para 3 milhões (2018) no país. Os números foram levantados pelo Sebrae Minas através de dados do Portal do Empreendedor.

O aumento, que corresponde a 124% no período, mostra que as mulheres estão cada vez mais presentes no mundo empreendedor. Em fevereiro, elas já correspondiam a 48% dos MEI no país. No Rio de Janeiro, por exemplo, as empreendedoras predominavam com 51% dos negócios.

Fonte: New Age Estratégias em Comunicação

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