“Agora não se trata de escolher entre o controle da doença ou a manutenção da atividade econômica, trata-se de salvar vidas”, diz AMABEL

A Associação dos Amigos do Hospital Santa Isabel emitiu uma nota reforçando a mensagem da direção do hospital, sobre a critica situação do sistema de saúde em Blumenau. Confira:

A AMABEL – Associação dos Amigos do HOSPITAL SANTA ISABEL, faz um apelo: VAMOS DAR AS MÃOS!!!

Sim, vamos dar as mãos! Mais do que nunca, esta é a hora da União de todos, por uma só causa: SALVAR VIDAS.

A infecção pela COVID-19 não escolhe classe social, religião, raça, idade, Pais, Estado ou Município. A doença está em estágio muito avançado em toda a nossa região.

Agora não se trata de escolher entre o controle da doença ou a manutenção da atividade econômica. Agora se trata de SALVAR VIDAS.

Já fizemos muito nestes quatro meses, mas ainda temos que fazer mais. Com a chegada do inverno a situação piorou em todo sul do País.

O comprometimento de todos nesta luta é de fundamental importância. Se assim não agirmos todo o esforço feito até aqui terá sido em vão.

Diretores e Médicos dos hospitais de Blumenau, mediante ofícios, entrevistas nas redes de rádio, televisão e jornais, ou ainda em manifestações nas redes sociais, alertam constantemente para este momento crítico.
Além da limitação ao atendimento de novos pacientes acometidos pela COVID-19, alertam para a falta de leitos para atendimentos de casos de urgência e emergência.

Também relatam a situação crítica quanto aos estoques de medicamentos.

De forma dramática compartilham a escassez de mão de obra tecnicamente qualificada. É que médicos, enfermeiros e auxiliares, tem sido afastados, por terem contraído a COVID-19 no exercício de seus ofícios.

Há médicos e enfermeiros internados nas UTI`s, em estado grave, porque, em atitude heroica, não abandonaram o atendimento daqueles que diariamente dão entrada nos hospitais, contaminados pela COVID-19.

Em recente entrevista, o Diretor Técnico do Hospital Santa Isabel (HSI) informou que o tempo médio de internação pela COVID-19 é de 27 dias. Destes, 17 dias são de UTI. Então como internar novo paciente, com a rapidez que a progressão da doença exige?

Não nos esqueçamos das demais necessidades de internação, tanto na enfermaria quanto na UTI, as quais muitas vezes tem sido adiadas e tratamentos interrompidos, com prejuízos à saúde dos pacientes, porque a prioridade é o combate à COVID-19.

A AMABEL nasceu com a única finalidade de desenvolver e implantar ações em prol do Hospital Santa Isabel, e porque conhecemos profundamente sua realidade e suas necessidades, fazemos um apelo dramático à sua sensibilidade PELA VIDA.

Na preparação para o enfrentamento da COVID-19, nosso hospital fez sua parte. Com apoio dos governos, ampliou seus leitos de UTI de 30 para 73, desde o início da pandemia. O nível de utilização dos leitos está próximo da saturação, já tendo registrado em alguns dias, 100% de ocupação.
A equipe de profissionais do HSI sofre constantes baixas, ocasionadas pela infecção da COVID-19. Assim é que 68 profissionais da enfermagem se encontram afastados atualmente, infectados ou com suspeitas. Outros 15 profissionais da hotelaria do hospital encontram-se na mesma situação, além de 9 funcionários da administração.

Do corpo de médicos, 6 destes encontram-se com a COVID-19. Um médico encontra-se internado na UTI.

Veja que o nosso Hospital Santa Isabel atende pacientes de toda Santa Catarina. Atende, também, brasileiros de outros Estados e até de outros países. Mas, preponderantemente, o nosso hospital atende as pessoas do Vale do Itajaí.

Então, as tão necessárias e indispensáveis medidas de distanciamento e de restrição de atividades, não podem ser medidas individualizadas, no âmbito de cada Município, mas sim através da União de todos.

Os municípios da região do Vale do Itajaí podem adotar tais medidas, as quais contribuirão, em muito, para que o Hospital Santa Isabel possa atender a todos os infectados pela COVID-19, sem ter que fazer tristes escolhas, como já vimos em outras regiões do nosso País.

Estamos nos referindo, sim, ao denominado lockdown, tão indesejado por todos nós, mas, neste momento, tão necessário.

Basta olharmos para os números que apontam a ocupação da quase totalidade dos leitos de UTI em todos os hospitais da nossa região.

Se ainda assim não nos sensibilizarmos, então imaginemos que o próximo a dar entrada no HSI possa ser nosso filho(a) ou nosso pai ou mãe, ou outro familiar próximo ou um amigo do peito. Como tratá-lo adequadamente, se não tem como levá-lo à UTI.

Que todos os Municípios do Vale do Itajaí façam a sua parte. Que adotem as severas e impopulares medidas restritivas, para o bem da nossa população.

Neste ponto, oportuno fazer um alerta: De nada adiantará apenas parte dos municípios o fazerem, pois os demais municípios, não comprometidos com esta grande causa, enviarão seus munícipes para tratamento nos hospitais daqueles municípios que fizeram sua parte.

Aliás, este fato já vem ocorrendo atualmente. Assim é que da totalidade dos pacientes internados na UTI do HSI, para tratamento da COVID-19, 18% provém de outros municípios da Vale do Itajaí. Portanto, fica evidenciada a necessidade de ações conjuntas por todos os municípios.

Há, inclusive, base legal para a adoção de tais medidas conjuntas. É que, com fundamento no art. 32 do Decreto Estadual nº 562/2020, a Secretaria Estadual da Saúde editou a Portaria SES nº 464 (03.07.2020), dispondo que é atribuição das Comissões Intergestores Regionais (CIR), homologar as “decisões tomadas pelo conjunto de Municípios de seu território após a avaliação, orientação e organização técnica para subsidiar a tomada de ação de enfrentamento à COVID-19 por parte do conjunto de Municípios da Região de Saúde”, reforçando o caráter regional das decisões sobre o enfrentamento da pandemia.

No Médio Vale do Itajaí a Comissão Intergestores Regional instituiu por Termo de Compromisso entre os Municípios da

AMMVI a Comissão de Governança Regional, a qual em 18.07.2020 recomendou a adoção por um período de 14 dias, de medidas restritivas, para funcionamento exclusivo dos serviços essenciais, até nova avaliação.

É certo que o HSI atenderá a todos que a ele recorrerem, sem distinguir se procedem de município que, de forma responsável adotou as medidas recomendadas, ou não. Mas a sua capacidade de novos atendimentos está se exaurindo, perigosamente.

Que os chefes do Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público de cada Município, em suas tarefas diárias, as quais reconhecemos, não tem sido fáceis, adotem e apoiem este gesto de Amor à Vida.
Neste momento, devemos nos unir por uma só causa. VAMOS DAR AS MÃOS!!! Este o apelo, dramático, da AMABEL – Associação dos Amigos do Hospital Santa Isabel.

AMABEL – Associação dos Amigos do Hospital Santa Isabel

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