O governo federal divulgou nesta terça-feira o resultado da consulta pública sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, afirmando que a “maioria”é contra a obrigatoriedade da vacinação para este público, mas se opôs à necessidade de receita médica para imunização dessa faixa etária.
No questionário de cinco perguntas, não havia uma sobre se as pessoas eram favoráveis a vacinação obrigatória, em mais uma demonstração que o Governo Bolsonaro vive dentro de sua bolha e daquilo que entende ser sua própria verdade e, portanto, a verdade que vale.
A Anvisa, órgão oficial do Governo e que autorizou a vacinação, não mandou representante para a audiência, entendendo que tomou a decisão através pareceres técnicos e cientificos, dados estes que são públicos.
Cerca de 100 mil pessoas se manifestaram no questionário e a “maioria” destes números é a verdade que o Governo quer que supere os dados dos órgãos competentes.
As Sociedades médicas e científicas que se fizeram presentes, defenderam a vacinação de crianças de 5 a 11 anos.
Além da vacinação, a médica infectologista Rosana Richtmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), defendeu também a não exigência de receita médica para vacinação das crianças.
“Tenho experiência com atividade social, com a população ribeirinha na Amazônia. Como é que você vai vacinar as crianças da Amazônia precisando de prescrição médica? Isso, na minha opinião, vendo o país como um todo, é uma barreira muito grande para a implantação desta vacinação”, opinou.
Indicados pela deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PSL), membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados também foram à audiência – e defenderam a não vacinação das crianças usando informações distorcidas ou incorretas.
O representante da comissão Roberto Zerballos, por exemplo, afirmou que a vacina ainda é “emergencial” – mas isto não é verdade. A vacina da Pfizer, que foi a recomendada pela Anvisa para aplicação nas idades de 5 a 11 anos, recebeu aprovação definitiva – e não apenas emergencial – da agência em fevereiro do ano passado.
Não consigo entender como um Governo insiste em remar tanto no sentido contrário a correnteza. E percebo que cada vez mais o recente filme “Olhe para cima” foi inspirado no Brasil.
Fonte: da redação, com informações do G1
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