É uma sinuca de bico, mas se esperava mais das medidas anunciadas pela Prefeitura de Blumenau

Confesso que fiquei frustrado com as medidas anunciadas pela Prefeitura de Blumenau para tentar minimizar os números do crescimento do contágio – e da impactação na rede de leitos de UTI. Foi o que percebi nas redes sociais também.

É importante reconhecer o trabalho feito até agora, que permitiu que chegássemos até junho de forma aceitável, mas os dados dos últimos dias acenderam o sinal amarelo.

E entender que as decisões não são fáceis, não existe receita de bolo. E são muitas as variáveis, com seus prós e contras, num ambiente polarizado e potencializado nas redes sociais.

Tudo seria mais fácil se as pessoas tivessem discernimento, o que não acontece. Não se dão conta e/ou não se importam com uma perspectiva sombria. Eram 10%, depois 20%, pulou para 65% o índice de ocupação de leitos, o principal sinal de alerta para o risco de colapso do sistema de saúde.

Que é uma situação de saúde, mas também de economia.

Considero efetiva a medida de proibir – antes era recomendação – a entrada de famílias em mercados e afins,  penalizando os estabelecimentos que permitirem o ingresso. Tenho dúvidas sobre a fiscalização nos bairros.

Restringir o funcionamento de restaurantes, pizzarias e do transporte coletivo  depois das 23h me parece inócuo, pois o movimento é mínimo depois deste horário, o que é equivocado.

Bares e afins fecharem às 22h é outra medida anunciada, mas fica aquele sentimento de que antes deste horário não há problema.

O Parque Ramiro Ruediger, que poderia ter uma fiscalização efetiva da Prefeitura, volta a ficar fechado. Um lugar aberto. Mas missas e cultos podem prosseguir reunindo pessoas em ambientes fechados.

O comércio está mantido. É importante, com os devidos cuidados, mas o horário dos shoppings deveria voltar ao horário normal, das 10h às 22h, afinal, com mais tempo, é provável que haja menos circulação de pessoas.

O transporte coletivo encerrará às 23 horas também, como se houvesse acúmulo de usuários neste horário. Diminuir a capacidade de usuários por ônibus, assim como aumentar a frota rodando, não aparecem na pauta.

Aglomerações estão proibidas, mas elas já estavam.  Não há uma determinação que aponte alguma ação punitiva neste sentido, somente a informação que a fiscalização será feita pela Vigilância Epidemiológica e  pela Polícia Militar.

Mas a PM já trabalhava no sentido de tentar coibir e tem externado que o caso das aglomerações, em especial nas noites de final de semana, tem limites para executar a fiscalização. No último sábado a noite, foram registradas mais 60 ocorrências de pertubação de sossego.

Volto a frisar, não é fácil tomar decisões com tantas variáveis e incertezas, com muitas informações contraditórias.

Mas faltou ser mais incisivo.

 

2 Comentário

  1. “Mas missas e cultos podem prosseguir reunindo pessoas em ambientes fechados.”

    Tu não entendeste nada, Alexandre Gonçalves: As missas e cultos são ESSENCIAIS para os bolsos dos espertos, menino!

    Os espertos estão perdendo faturamento adoidado.

  2. NOVAMENTE O PODER PÚBLICO SE CURVOU DIANTE DO PODER ECONÔMICO, O DINHEIRO E A GANANCIA SÃO O CARRO CHEFE PARA AMENIZAR ESTAS SUPOSTAS REGRAS DE CONTENÇÃO….NOSSO PREFEITO TEVE RECEIO EM SER MAIS AUSTERO POIS VAI CONCORRER AO PLEITO MUNICIPAL…A VIDA VEM EM ULTIMO PLANO…PRIMEIRO MEU MANDATO…..INFELIZMENTE…QUEM IRÁ PAGAR PELAS FUTURAS PERDAS DE VIDAS INOCENTES POR ESTE ATO INCONSEQUENTE??

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