Ineditismo, embate, mentira, PeTê e 1%. Curtas da CPI com JPK que ficaram para trás

Foto: Rogério Pires/CMB

Foram muitas as nuances da última reunião da CPI que investiga supostas irregularidades no contrato de esgoto em Blumenau na última sexta-feira, com a presença do ex-prefeito João Paulo Kleinubing na condição de testemunha. Foi durante a segunda gestão dele que a concessão aconteceu.

Já falamos dos argumentos de JPK sobre os problemas, com críticas diretas ao Governo Federal, na época com Lula e depois Dilma, portanto do PT, e críticas indiretas ao gestor que o sucedeu, Napoleão Bernardes (PSD).

Agora trazemos outras percepções e informações.

INEDITISMO

Nunca, pelo menos nos últimos 30 anos, um prefeito foi “convidado” a depor numa CPI. Mesmo na condição de “testemunha”, João Paulo Kleinubing não deixa de ser um dos principais “investigados”, afinal a concessão aconteceu na sua gestão. Este ineditismo gerou outro. Casa cheia na Câmara numa sexta-feira.

Sete vereadores, incluindo os cinco membros, professor Gilson (União) e Bruno Win (Novo), estavam presentes, assim como muitos assessores, a equipe técnica, a imprensa e algumas pessoas da comunidade.

EMBATE

O depoimento foi ao estilo João Paulo Kleinübing, quase duas horas. Foi confrontado de forma mais contundente algumas vezes pelo vereador Diego Nasato (Novo), presidente da CPI. Nasato insistiu em alguns questionamentos, em especial sobre o fluxo de caixa do contrato no período inicial.

NA LARGADA

Como presidente, Diego se manifestou sobre o pedido de Kleinübing para fazer uma apresentação prévia. Mostrou contrariedade, para depois propor que esta apresentação acontecesse depois dos questionamentos. O ex-prefeito pediu a palavra e ela não foi dada pelo presidente da Comissão, que quis ouvir seus pares. Foi voto vencido.

DIFERENTE

Os colegas de Diego na CPI lembraram que todos os demais convidados tiveram oportunidade de se manifestar antes de serem questionados. E assim, João Paulo Kleinübing usou quase 30 minutos para trazer novos fatos sobre os desdobramentos do contrato e da concessão.

MENTIRA

Por duas vezes, Diego Nasato não gostou da resposta de JPK. “Esta informação não é verdadeira, esta informação não é verdadeira.”

Na insistência dos questionamentos, Kleinübing repetia “Volto a dizer”, “de novo”.

FOI O PeTê

Quando João Paulo Kleinübing manifestou que a responsabilidade seria do Governo Federal, que neste período tinha o PT no comando, com Lula e depois Dilma Rousseff, Flávio Linhares se animou. Sugeriu convocar dois ex-presidentes da Funasa daquele período. Marcelo Lanzarin, ex-secretário de Saúde na gestão de JPK, refletiu se caberia reparação judicial do Município contra a União pelos prejuízos.

BAIXO-ASSINADO

No início da reunião, o vereador Bruno Win (NOVO) apresentou um abaixo-assinado com aproximadamente 3.800 assinaturas da comunidade de Blumenau contra o aumento da tarifa de esgoto, previsto no quinto termo aditivo. A mesa da comissão aprovou por unanimidade a incorporação do documento aos registros oficiais da CPI.

Segundo o último IBGE, 380.597 pessoas moram em Blumenau. Um por cento assinou o documento.

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