Eles juram que foram injustiçados. O mundo jura que está confuso. E o Brasil, que só queria pagar o aluguel e comer um arroz com feijão sem susto no mercado, agora corre o risco de viver a continuação de uma série que ninguém pediu renovação.
Parece ficção, mas é o Brasil. E como toda boa tragédia tropical, aqui o enredo mistura política, religião, memes e teorias da conspiração — tudo embalado em 4K e postado direto do exílio dourado em Miami.
Jair Bolsonaro, o ex-presidente que fugiu do Brasil para não passar o réveillon em cana, agora articula sua “repatriação patriótica”. Com o passaporte renovado e o CPF quase cancelado, ele planeja voltar como salvador da pátria. A estratégia? Convencer o povo (ou o que sobrou do zap) de que sua saída foi um golpe da “esquerda globalista satanista com chips de vacina”.
Na linha de frente da Operação “Volta, Mito!” estão seus três mosqueteiros de terno mal cortado: Flávio “rachadinha”, Carlos “paranoia” e Eduardo “embaixador do nada”. Juntos, eles costuram uma rede internacional de apoio que inclui Trump (que não sabe onde fica o Brasil, mas adora confusão), Steve Bannon (especialista em golpes fracassados) e Elon Musk (que parece mais interessado em tretar com o STF do que em lançar foguetes ultimamente).
Os bastidores da operação são hilários: tem grupo secreto no Telegram, promessa de milagre em Brasília, pastor gringo oferecendo oração com wi-fi e até pedido informal para que as Forças Armadas “façam alguma coisa”. Enquanto isso, a ala evangélica radical ora por uma nova motociata como sinal do retorno messiânico.
Mas o Brasil mudou. Ainda que devagar e tropeçando, o país tenta consertar os destroços deixados. O STF, depois de anos apanhando de fake news, agora coleciona mandados. O Congresso finge responsabilidade enquanto negocia cargos. E o povo… bem, o povo tenta sobreviver entre o PIX e a próxima parcela.
A realidade é que a família Bolsonaro virou uma caricatura de si mesma. Já não ameaçam com fuzis, mas com threads no X (ex-Twitter) e vídeos em inglês com legendas automáticas. Ainda há quem acredite, claro — principalmente aqueles que confundem liberdade com barbárie e acham que corrupção é só quando o outro lado faz.
No fundo, a Operação “Volta, Mito!” não é sobre salvar o Brasil. É sobre salvar a própria pele, os processos, as ambições de poder e, quem sabe, o acesso ilimitado ao cartão corporativo.
O Brasil, por sua vez, precisa decidir se quer ser república, reality show ou piada internacional com continuação garantida. Porque se deixar, eles voltam. E voltam com tudo: cloroquina, capivara e capa da Veja.
Marco Antônio André, advogado e ativista de Direitos Humanos





O insucesso nas eleições de 2024 parecem ter causado trauma ao nobre colunista, ao bradar sem evidências uma série de afirmações que não fazem o mínimo sentido. Sugiro que foque no 3º ano do governo atual que ele apoia, ao invés de um governo que já saiu há mil dias. Mas o que tem de bom para falar do governo atual? Golpe nos idosos, taxa de juros nas alturas, aumento de impostos, déficit fiscal, gastos exorbitantes, alimentos básicos caríssimos… ou seja, nada de bom, só temos notícias ruins desde 01/01/2023.
A pergunta que fica é: o Informe Blumenau colocará um colunista ligado ao PL, assim como coloca um ligado ao PT?
Finalmente um post que fala a real e não somente o que interessa a alguns para manipular os muitos…