Desapego, o exercício da alma em liberdade!

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img_henriqueHenrique Pagnoncelli

Parapsicólogo

 

 

Um dos exercícios mais complexos para o ser humano é desapegar-se. Despedir-se de algo soa como perda. Odiamos perder, temos medo e como temos das nossas perdas. Mas o que realmente perdemos ao nos desapegarmos? Imaginamos perder tudo aquilo que julgamos “nosso.” A coisas, pessoas, sentimentos e a histórias, que nosso ego se apropriou como dele. O apego nos deixa presos, parados no tempo e no espaço. É um obstáculo no nosso caminho evolutivo.

Se a história foi boa, recordamos isso com saudades e nos remete ao passado por algo bom e edificante. Porém, se a história foi triste, pode deixar mágoas que nos fazem reviver algo decepcionante para sofrer novamente.

Há apego a coisas, a bens, ao dinheiro. Consequência do medo de que venha a faltar, o medo de perder. Não se trata de abrir mão dos bens materiais. Eles são necessários para a nossa sobrevivência, para a vivência confortável merecida neste mundo. Agarrar-se a eles, ao Ter, é perder as infinitas possibilidades que a vida, o Universo nos oferece.

E para quem vive adiando se desprender de coisas que não usa, aqui vai um aviso: guardar estas coisas (roupas, sapatos, móveis, utensílios domésticos e entre outros cacarecos) impede você de prosperar. Dê espaço para que novas coisas venham até você. Esvazie as gavetas, os armários e a mente para que surjam novas ideias e novos ideais.

Nos apegamos a pessoas. Somos seres de relações. A relação interpessoal pode se dar de forma aberta, descontraída e sadia no terreno onde o amor próprio, a autoimagem e a autoestima estão sendo cultivados pelos agentes desta relação.

Já o apego se dá a partir do momento em que não entendemos a nós mesmos e consequentemente nossas carências, que são sinalizações manifestadas pelo corpo. Devemos estar alertas a estas sinalizações para perceber como vamos atendê-las, físicas ou afetivas. A desinformação acerca de si mesmo nos coloca num campo de competição, de possessividade, de apoderar-se de alguém de forma irracional. Este apego sufoca, cansa, mata a relação.

O que nos leva ao apego? A sensação de estar separado do todo nos leva ao agarramento, ao apego e a se perder na parte de forma desesperada. Aí surgem os medos, os pânicos, a possessividade. Subjacente ao apego está uma tentativa de fugir da sensação de abandono. Buscamos pertencer a um grupo social, pois sozinhos nos sentimos rejeitados. Nesta busca, muitas vezes nos agarramos ao que primeiro se apresentar (tanto faz, coisas ou pessoas). Ali lançamos a âncora dos nossos apegos, é uma boia salva-vidas, que na verdade não nos salva. Abrir mão é salvar-se.

Nada é permanente na vida.

Desapegar-se é se lançar ao risco de viver. Sem manual de garantia, sem prazo de validade. Este exercício envolverá esforço, mas se dará mais facilmente diante da compreensão da nossa transitoriedade nesta vida. Quando reconhecemos esta condição, simplesmente vivemos o Ser, com o coração que só dá espaço à energias renovadoras, pois nossa bagagem aqui nestas paragens só comporta levezas. As essenciais e transformadoras.

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