Operações do Neoliberalismo

Suzana Sedrez

Psicóloga, Dra. em Educação, Mestre em Ciências Sociais

 

Na era do Neoliberalismo, as Instituições, construídas historicamente e regidas por normas, regras e valores combinados em rede, se transformam em Organizações com objetivos pontuais e delimitados, assentados na gestão de operações e controle desses resultados.

A predominância do conceito de organização transforma o mundo em empresas competitivas sob a lógica do indivíduo “empresário de si mesmo”, a partir da meritocracia e suas consequências mais visíveis como o ódio, o ressentimento e o medo.

A percepção de grupo e de solidariedade, portanto de democracia, cede espaço ao narcisismo exacerbado operando depressão e culpa porque, simplesmente, não há espaço para todos. Nessa lógica, o espaço dado é para a administração da escassez dos recursos.  Nele, se reproduzem certos tipos de competência que garantam a sobrevivência de determinadas vidas no planeta.

O mundo assiste ao suspiro final do multilateralismo e acompanha a configuração de uma nova forma de totalitarismo traduzido como Novo Neoliberalismo em que o Estado também vira empresa administrada pelo “gestor”. Esse processo opera corrosão imediata da democracia e privatização acelerada de direitos duramente conquistados.

Nesse contexto os direitos são eliminados, privatizados e transformados em serviços pagos a serem prestados em função de certas demandas. Setores estratégicos da economia de países periféricos são devastados. Os bens públicos, construídos com o esforço e recursos específicos de determinadas regiões estratégicas e privilegiadas por sua natureza abundante, são apropriados por interesses do grande capital em detrimento das populações locais.

Daí que estar no campo da resistência, principalmente nessas eleições, significa uma tentativa de frear essa lógica gestada nos grupos de controle dos gestores internacionais e financistas montados para o combate nesta nova modalidade de guerra: híbrida, comercial, jurídica e midiática que estamos vivendo, horrorizados e impotentes, eclodindo, especialmente, em toda a América Latina.

Nesse tipo de guerra vale tudo para desvirtuar o processo e os rituais das eleições, já que nelas há uma esperança e a ilusão de democracia. Sofremos, assim, os efeitos de bombas semióticas em que “fake news” e arranjos jurídicos são financiados pelo poder econômico para fins políticos. Exemplos emblemáticos como a prisão de Lula e as armadilhas jurídicas à Cristina Kirchner e ao Maduro dão a dimensão da arquitetura e do planejamento em curso.

Cabe-nos resistir pela democratização da informação e pelo voto, enquanto espaço por outras lutas urgentes e que resultem em novas transformações sociais. Não é só uma luta entre civilização e barbárie, mas é, sobretudo, uma luta entre classes sociais cuja base é a reconfiguração do Imperialismo Neoliberal.

3 Comentário

  1. “Exemplos emblemáticos como a prisão de Lula e as armadilhas jurídicas à Cristina Kirchner e ao Maduro dão a dimensão da arquitetura e do planejamento em curso”.????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????

  2. A gente ri, mas é incrível que alguém tenha esse tipo de pensamento, em pleno século XXI.

  3. Sempre é bom lembrar aos golpistas esquerdistas marxistas ideologicamente escravizantes que as fronteiras de Cuba, Venezuela, Laos, Camboja, Vietnã, China, Coreia do Norte estão abertas à eles!

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