Uma sessão para esquecer

Foto: Informe Blumenau

Estou ainda tentando encontrar as melhores palavras para expressar o que acompanhei na tarde desta quinta-feira, 26, na Câmara Municipal de Blumenau.

Para começar, tinham policiais militares na casa para manter a ordem. Fizeram seu trabalho, de forma eficiente e discreta. Mas quando precisamos colocar aparato policial no parlamento é por que a coisa não está boa.

Um assunto restrito a alunos, pais e escola da cidade virou um assunto nacional. E o que é pior. Sem ouvir as partes interessadas.

Tudo por conta do moralismo que reina nesta crise de valores que acompanhamos na sociedade.

Os vereadores se meteram onde não devem, com todo respeito. Não conversaram com a escola, não houve reclamação, não buscaram conhecer o projeto. Pelo menos dois vereadores alegaram ter aprovado a moção sem entender o todo da proposta da Escola Elza Pacheco. Diga-se de passagem é uma escola estadual, espaço que não cabe a eles legislar.

A Escola Elza Pacheco é referência em projetos pedagógicos, com premiações e tudo mais. Jogaram o nome dela e dos seus alunos e professores numa polêmica que eles não buscaram.

E o que vimos nesta quinta-feira foi um circo de horrores, de claques, de exposição midiática. De irracionalidade e intolerância. Duas claques lotaram o plenário representando os dois lados, os prós e contra.

Tinha gente com camisa do Bolsonaro e do Che Guevara. Os extremos, não dispostos a dialogar. E os discursos da intolerância ecoaram na “casa do povo”, infelizmente reverberado por muitos parlamentares.

Discursos rasteiros, incompletos, desinformados e deturpadores predominaram. Na plateia também. Provocações o tempo inteiro.

E nada de alguém da escola falar. Quando uma aluna, das poucas presentes, tentou, não foi permitido.

Ninguém ganhou nesta tarde de quinta-feira. Eu, Alexandre Gonçalves, sai com o estômago embrulhado.

Outras postagens sobre o assunto em breve.

7 Comentário

  1. Concordo com o jornalista, Alexandre Gonçalves, a escola está no âmbito da competência estadual, pergunto aos intelectuais vereadores do município: ” POR QUE É QUE OS SENHORES TRANSFORMARAM ESTE ASSUNTO EM UMA POLÍTICA MUNICIPAL ? ” Sim, digo política, pois nada existe de crime para ser jurídico. Conseguiram apenas chamar atenção das mídias para as suas vergonhosas faltas de conhecimentos e incompetência para ocuparem o cargo de vereadores de um município como Blumenau. FOI VERGONHOSA TAL INTROMETIMENTO ONDE NÃO DEVERIAM.

  2. Concordo com o jornalista, Alexandre Gonçalves, a escola está no âmbito da competência estadual, pergunto aos intelectuais vereadores do município: ” POR QUE É QUE OS SENHORES TRANSFORMARAM ESTE ASSUNTO EM UMA POLÍTICA MUNICIPAL ? ” Sim, digo política, pois nada existe de crime para ser jurídico. Conseguiram apenas chamar atenção das mídias para as suas vergonhosas falta de conhecimentos e competência para ocuparem o cargo de vereador de um município como Blumenau. FOI VERGONHOSO TAL INTROMETIMENTO ONDE NÃO DEVERIAM.

  3. Enquanto isso , o cidadão de bem fica pastando !
    Sem educação , sem saúde de qualidade.

  4. Toda esta polêmica sem trazer nada de beneficio . Os que lutam por ideologia de genero deveriam respeitar quem não pensa igual, querem que engulamos suas ideias , querem que travesti vá dar palestra nas escolas . Já fazem da passeata gay uma vergonha , pois usam sungas, biquinis , mostram o corpo , não respeitam as pessoas .Logo vão querer entrar em nossas casas para difundir suas ideologias.Quem quer respeito, aprenda a respeitar quem pensa diferente .

  5. bom… isso tudo pra mim é muito crítico, quando temos ao meu ver varias falhas em tudo isso.

    Primeiro, o que devemos fazer é pregar o respeito e a tolerância, dentro dos moldes civis que não firam o desejo da maioria democrática amparada por lei, nem desrespeitar lei, símbolos e autoridades, que nós mesmo elegemos para nos representar, (felizmente ou infelizmente).

    Falo isso não pra defender um lado ou outro, apesar de ter minha opinião formada, falo no sentido de fazer valer uma luta, se lutamos pelo respeito a raça, cor de pele, religião ou gênero, temos que partir do próprio respeito, pra que seja legítima a luta. Não posso pedir respeito quando não ofereço ele.

    Nesse caso em específico temos uma lei que regulamenta os direitos, e até onde eu sei os direitos de todos estão resguardados pela lei, de qualquer uma das partes envolvidas nesse caso em específico. O que se debateu de forma desgastante a todos, foi o desrespeito de uma entidade de escolar de Blumenau as leis nacionais, estaduais e municipais. que garante o direito adquirido pela maioria de não entrar nesse mérito nas escolas.

    Até onde eu sei, é dado o direito de livre debate sobre esse assunto em alguns locais públicos, e privados,mas isso sempre exercendo o amparo da lei. O que penso é que se a lei me restringe esse direito em determinado espaço e me da o direito em outro, se faço em local restrito por lei estou desrespeitando aquilo que luto para ser lei a meu favor.

    Não é o caso de não se falar, não se debater e sim onde falar e onde debater. O que me parece é que não existe limite para mais ninguém.

    Referente a essa matéria, me parece tendenciosa, usando de argumentos furados como:

    “uma escola estadual” – primeiro, ela esta dentro de um município, onde precisa respeitar leis municipais e também as próprias leis estaduais, que no caso nem uma nem outra da o direito.

    “Tudo por conta do moralismo” – segundo, o que significa a palavra moralismo ? essa palavra, na minha opinião tem um significado diferente para cada lado defendido, o que não cabe usar de forma pejorativa. (ao meu ver)

    “os vereadores se meteram aonde não devem” – terceiro, não faz nenhum sentido essa afirmação já que se foi discutida de forma ampla, anteriormente para aprovação ou não dentro do plano de educação. Depois disso, votado e aprovado por ampla maioria, que representa a população, eleitos legitimamente por processo eleitoral e aprovado pelos tribunais, agora cabem fiscalizar as obras e cumprimento das leis em nossa sidade, garantindo o direito do cidadão.Lembrando que uma escola é administrada pelo estado mas serve aos munícipes, não ficando em hipótese alguma fora do dever de cumprir a lei municipal.

    “o nome dela e dos seus alunos e professores numa polêmica que eles não buscaram” – quarto, quem cumpre a lei quase nunca se envolve em polêmica. (sem mais).

    Mas também quero dizer que concordo com algumas citações:

    “E o que vimos nesta quinta-feira foi um circo de horrores, de claques, de exposição midiática. De irracionalidade e intolerância. Duas claques lotaram o plenário representando os dois lados, os prós e contra.”

    – poucas as vezes que se debate sobre o tal tema de ideologia de gênero que as pessoas não transformam isso em um circo, debochando de um assunto sério e que deve ser tratado com respeito, tanto para um lado quanto para outro, e mais, quase sempre o que querem é que o “outro lado” seja obrigado a aceitar… que na minha opinião fere o principal tema em discussão que é o RESPEITO.

    “Tinha gente com camisa do Bolsonaro e do Che Guevara. Os extremos, não dispostos a dialogar” – as vezes tenho a impressão de que as pessoas nem sabem quem são e o que fizeram na história as pessoas a qual “representam” por camisetas e tudo mais , na minha opinião são pessoas que gostam mesmo é de trazer prejuízo ao crescimento intelectual de uma cidade, pais ou nação.

    “Discursos rasteiros, incompletos, desinformados e deturpadores predominaram. Na plateia também” – nisso acredito que se faz uma grande mistura entre os termos para abordar o debate, se usa o filosófico para afirmar o cientifico, se usa o “moralismo” para se criar uma nova “moral”, as pessoas não sabem nem em que base permear seus argumentos…. senta la a classe médica e científica e prova ou não isso ….. senta os filósofos e sociólogos e falem sobre o impacto social, sentem os psicólogos e psiquiatras e debatam suas teses referente ao assunto. assim o assunto é muito mais coerente e pode através do equilíbrio se chegar a melhor solução. isso sempre respeitando um ao outro.

    “Ninguém ganhou nesta tarde de quinta-feira. Eu, Alexandre Gonçalves, sai com o estômago embrulhado.” – na ocasião da primeira discução para aprovação ou não do tema e me senti assim também, pois meu sentimento é que estamos debatendo algo que não precisa debater e sim respeitar, cada um com sua condição opção e decisão, desrespeito e intolerância nunca nos levarão a um lugar bom.

    Fiz questão de expor minha opinião e deixando bem claro que não estou defendendo nenhuma classe, no que diz respeito a esse post, mas sim a situação de desrespeito a algo que ja foi decidido…… e continuo com a mesma opinião de que o respeito é o unico caminho para

    construirmos um futuro melhor.

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