Sindetranscol emite boletim sobre negociação com a Piracicabana

Confira na íntegra o texto do boletim da direção do Sindetranscol sobre a primeira rodada de negociação com a Viação Piracicabana. A reportagem você confere aqui.

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BOLETIM EXPRESSO – EXTRA NEGOCIAÇÃO – 19/OUT/2016

PRIMEIRA NEGOCIAÇÃO

COMEÇAMOS MAL!!!!!
Nesta terça-feira, dia 18 de Outubro, estivemos reunidos com os representantes patronais para a primeira rodada de negociações da próxima CCT – Convenção Coletiva de Trabalho de 2016/2017.
É um momento histórico para nós, trabalhadores(as) do transporte de Blumenau. Agora É A HORA DE RETOMAR NOSSA LUTA por mais direitos, melhores condições de trabalho e remuneração.
Depois de tudo o que enfrentamos, após termos nos abraçado no último natal/final de ano sem remuneração, sem emprego e sem saber exatamente o que aconteceria, agora é o momento da nossa recuperação. Nós DEMOS NOSSA PARCELA DE CONTRIBUIÇÃO.

Infelizmente, nossos patrões não pensam assim!

Essa primeira reunião deixou claro que enfrentaremos um discurso longo, repetitivo e que pouco avançará se a categoria não for logo se mobilizando e mostrando que chegou a hora de NOSSA RECOMPENSA, após termos cumprido nossas obrigações.

Não responderam a NADA DA NOSSA PAUTA, querem reduzir o tamanho da Comissão de Negociação/Base e diminuir a garantia de emprego dos(as) participantes.

Foram mais de duas horas e meia de conversa para garantirem que concordam com a MANUTENÇÃO DA DATA-BASE, o que, aliás, propomos mudar.

O QUE DISSERAM OS PATRÕES
Apesar de uma conduta respeitosa e muito profissional, passaram mais de duas horas repetindo o MESMO discurso de sempre: o Brasil vive a maior crise de sua história; o transporte brasileiro vive a maior crise da sua história; a Piracicabana NÃO SABE O DIA DE AMANHÃ por causa do “regime precário” e a demora da licitação; ainda não conhecemos o índice do INPC do período e bla bla bla bla …
No mais, o velho discurso de: “somos todos amigos e queremos crescer juntos”, somos um grupo nacional e sempre respeitamos nossos funcionários; e, ainda, “sabemos que o sindicato é combativo e sério e ficamos muito satisfeitos com isso” e bla bla bla bla …

Acrescentaram seu interesse numa negociação séria e rápida, onde possamos chegar a um acordo sem conflitos, mas sempre colocando que tem o limite de “não possuírem segurança jurídica porque não sabem se vencerão o certame licitatório”.

01 – CCT – Com relação a convenção coletiva, todas as vezes que cobramos uma posição a resposta foi evasiva, do tipo: não somos contra, nem a favor, quem sabe muito pelo contrário. Entenderam?????
02 – COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO – Mesmo com um discurso de entender a importância e avaliar como positiva a existência de observadores das negociações, disseram que concordam com a Comissão de Negociação, mas com DUAS ALTERAÇÕES: 2.1 – ter apenas TRES integrantes, porque agora é uma só empresa, então não se justifica a quantidade de representantes da base eu acompanham a negociação; 2.2 – Os integrantes dessa Comissão NÃO TERIAM ESTABILIDADE de emprego como é hoje, porque a empresa NÃO PERSEGUE representante de trabalhador, por isso não precisam de garantia nenhuma.
03 – MESA DE NEGOCIAÇÕES – Mesmo falando que querem rapidez, propuseram a próxima reunião somente para a segunda semana de Novembro, mais precisamente no dia 09 de Novembro.

NOSSA RESPOSTA!
CRISE? QUE CRISE?
Primeiramente demonstramos que temos qualificação e conhecemos a realidade de nosso país e de nossa região. Não vamos ficar ENGOLINDO DISCURSO PRONTO DE CRISE, porque também entendemos o que está acontecendo.
01 – QUE CRISE? – É mentira de quem afirma que estamos vivendo a maior crise da história e que o Brasil está quebrado. Se a gente comparar hoje com dois anos atrás, realmente as coisas pioraram bastante.
Mas a situação de hoje, comparada com nossa situação há quinze anos atrás, é MUITO MELHOR. Vejamos alguns números: a taxa de desemprego hoje está em 10%, mas, em 2002 ela era de 23%, portanto, mais que o dobro; a taxa de juros SELIC em 2002 era de 27%, hoje ela está em 14,5%, pouco mais da metade do que era; há anos atrás o salário mínimo valia $ 100 dólares, hoje vale $ 265 dólares.
A inflação, nos anos 1990, chegou a ser mais de 60% ao mês, hoje está em 10% ao ano. Então, vamos parar com a mentira da MAIOR CRISE da história.
02 – CRISE? – No caso de Blumenau a alta do dólar é BENÉFICA, porque somos um município industrial forte e que exporta muito de sua produção, portanto, com dólar alto as empresas daqui recebem MUITO MAIS REAIS, ganhando com “essa crise” do dólar. Isso é benéfico para toda a economia da cidade e aumenta a demanda por transporte.
Outro fator de GANHO COM A CRISE para as empresas de transporte é o fato de que a renda das famílias caiu e o combustível subiu muito, levando as pessoas a deixarem seus veículos em casa e voltarem para o ônibus, fato comprovado em todas as grandes e médias cidades brasileiras. A verdade: CRESCEU O NUMERO DE PASSAGEIROS.

03 – GRANDES GANHOS DA PIRACICABANA EM BLUMENAU – Além do que já está explicado, vamos lembrar como a Piracicabana chegou aqui: 3.1 – Não tem mais os custos dos Terminais; 3.2 – Não tem mais os custos dos seguranças dos terminais; 3.3 – Não tem mais os custos do Consórcio para cobrir; 3.4 – Não tem mais os custos de um monte de linhas e horários que foram retirados, porque se sobrepunham de uma empresas sobre a outra; 3.5 – Não tem mais o custo de várias garagens e oficinas; 3.6 – Não tem o custo de aproximadamente 250 trabalhadores(as) que não foram re-contratados(as); 3.7 – Não tem mais os custos de muita gente que ainda tinha as 6 FOLGAS, que tinha benefícios pessoais por tempo de trabalho e uma série de outras vantagens; 3.8 – Menores custos de manutenção, de compra de peças, de grande parte do trabalho de escritório (contabilização/financeiro/pessoal etc), que é realizado centralizadamente pelo grupo econômico, em São Paulo;
Bem, poderíamos listar ainda muitos outros ganhos da Piracicabana aqui, mas estes poucos exemplos bastam para comprovar nossa afirmação. O principal de tudo isso é que o PREÇO DA TARIFA CONTINUA COM ESTES CUSTOS que a empresa não tem mais, portanto, é um enorme ganho que a gente nem lembra que existe, por isso vai acreditando no discurso diário de crise da empresa, de preocupação com custos e com o fato de poder perder a licitação e etc etc etc.

Por fim, deixamos claro que já tivemos paciência e até aceitamos condições de trabalho vergonhosas. Vimos muitos de nossos direitos históricos “irem por água abaixo”. Tivemos a “compreensão” com a precariedade do momento, mesmo a gente não tendo nenhuma responsabilidade pelo caos e o descontrole total a que chegou o sistema de transporte da cidade.

RETOMAR AS LUTAS EM DEFESA DE NOSSAS CONQUISTAS HISTÓRICAS

Ao final da reunião deixamos claro que NÃO NEGOCIAREMOS SEM ATENDIMENTO DAS CONDIÇÕES BÁSICAS que sempre existiram na negociação, como o respeito que foi acumulado em anos anteriores, por isso, não abrimos mão de MANTER A COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO exatamente como ela sempre foi (mesmo número e com estabilidade de emprego), bem como, de manter a forma de CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO, que amplia a abrangência/garantia daquilo que for negociado para a categoria.
Portanto, a próxima negociação depende da concordância da empresa com essas duas questões.
SINDETRANSCOL: LUTA POR NENHUM DIREITO A MENOS

4 Comentário

  1. * Não tem integração em paradas dos trajetos
    * Não tem as despesas das 04 “Estações”

  2. muita enrolação , depois da eleição vem as turbulência , vai parar tudo.

  3. A Fênix esta renascendo…..que os usuários do transporte coletivo se preparem…

    Porque o Sindestrancol não fez passeata e greve para que os vereadores assinassem a CPI do transporte público …porque se calou por quase um ano ?

  4. A reunião é só para depois da eleição. Por que será?

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