Segurança pública: o que você tem feito?

Foto: divulgação Assimvi

Karin Bendheim

jornalista e diretora da Assimvi.

 

O sempre atual assunto (in) segurança pública foi pauta de uma conversa entre profissionais da Assimvi (Associação de Imprensa do Médio Vale do Itajaí) e representantes da Polícia Militar (PM), Polícia Civil (PC), Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs), sistema penitenciário e prefeitura de Blumenau, nesta semana.

Na oportunidade, cada órgão destacou os principais desafios e gargalos. Não houve muitas novidades – a maior parte, nós cidadãos, já temos notado – entretanto os dados são sempre preocupantes e exigem mudanças.

Do sistema prisional, apontou-se que o preso está cada vez mais violento.  E, mais do que nunca, é preciso rediscutir o modelo atual e agir. Tudo isso com a roda girando. Está mais que provado que apenas segregar os criminosos da sociedade colocando-os atrás das grades não resolve. Afinal, cedo ou tarde – e ultimamente cada vez mais cedo – eles retornam a sociedade.

Na PM, o ciclo da repressão que parece não dar conta tamanha a criminalidade. Sim, falta efetivo, mas como disse o comandante do 10º Batalhão da   PM, em Blumenau, “quanto mais policiais, haverá mais ocorrências, mais crimes e mais registros”. Como mudar a dinâmica, se estamos sempre na mesma tecla?, questionou o comandante.

Também é preciso levar em conta as ações do judiciário, que tem, por vezes, estarrecido a sociedade, que não compreende porque uma pessoa que possui inúmeras passagens criminais, é pega com arma ilegal, entre outros, não fica presa. A fábrica de secar gelo – prende e solta – não esta dando conta do recado.

Dos Consegs, reforça-se a notícia de que a drogadição é o pior problema. E aqui, de acordo com o conselho, é preciso incluir as drogas lícitas, como o álcool. Ao encontro disso, a falta de estrutura familiar. Em Blumenau, há sete conselhos de segurança, quem têm atuado forte na prevenção, por meio de diversas ações, como palestras em escolas, projetos sociais e reuniões nos bairros. Entretanto, parece que o exército está pequeno diante da batalha a ser vencida.

Da PC vem o que consideram o tripé da segurança: repressão qualificada, que não pode partir do achismo; prevenção e a reintrodução do preso a sociedade. Repressão é muito mais que apenas prender o bandido; prevenção vai além de uma unidade da polícia em determinada região e inserir o criminoso na sociedade não é abrir as portas da penitenciária.

Sim, é preciso reverter esse cenário. Mas é essencial reforçar que bandido não cai do céu, nasce no nosso meio e a omissão é um problema sério. Erramos em muitas das nossas atitudes e erramos quando nos omitimos. Quem tal olhar lá para a base?

Onde estão os valores da família? Os limites das crianças e adolescentes? Como querer uma cidade mais segura quando os pais não sabem onde os filhos estão e terceirizam a educação? Como exigir segurança quando não se colabora com a polícia com informações precisas, quando se tenta subornar o profissional e se fecha os olhos para os delitos que acontecem a nossa volta, porque são “pequenos”? O reflexo disso tudo está diante da atual situação.

De novo, a segurança pública é sim dever do Estado, um direito da sociedade, mas também responsabilidade de todos.

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