Segundo estudo, pessoas acima de 65 anos compartilham mais notícias falsas

As redes sociais têm sido usadas nos últimos anos como importantes meios de disseminação de notícias falsas, que podem ter influenciado resultados políticos em diversos países. E as pessoas mais velhas são as principais distribuidoras dessas fake news.

Essa é a conclusão de um estudo realizado com 3.500 americanos por pesquisadores da Universidade de Nova York e da Universidade de Princeton. Segundo eles, a idade é o fator que mais indica a propensão de uma pessoa para compartilhar ou não uma notícia falsa no Facebook.

O levantamento também teve sinais positivos: somente 8,5% dos participantes compartilharam links para notícias falsas. O número cai para 3% entre os usuários de 18 a 29 anos, mas chega a 11% no grupo de pessoas com mais de 65 anos.

A diferença é ainda maior quando a quantidade de compartilhamentos é levada em consideração. Os usuários com mais de 65 anos compartilharam o dobro de fake news em relação ao grupo de 45 a 65 anos e quase sete vezes mais que o grupo de 18 a 29 anos.

Para chegar a esses resultados, os pesquisadores selecionaram participantes no início de 2016. O grupo, que era formado por pessoas com ou sem conta no Facebook, ajudou com dados liberados em novembro daquele ano, após a eleição de Donald Trump.

Os pesquisadores pediram que os usuários do Facebook dessem permissão a um app capaz de analisar suas orientações políticas e religiosas, suas publicações e as páginas que haviam curtido. Cerca de 49% aceitaram compartilhar essas informações.

A partir disso, os pesquisadores compararam os links compartilhados pelos participantes com listas que apontavam famosos sites de fake news. A análise indicou que os mais velhos distribuíram mais fake news, independemente de fatores como educação, sexo, raça e renda.

A orientação política também foi apontada como um fator relevante. Entre aqueles que compartilharam notícias falsas, 4% se identificavam com o Partido Democrata. Entre os eleitores do Partido Republicano, o número chegou a 18%, possivelmente pela grande quantidade de links favoráveis a Trump.

Ainda assim, os pesquisadores consideram a faixa etária como o critério mais determinante. “Nenhuma característica demográfica parece ter um efeito consistente no compartilhamento de notícias falsas, tornando a idade muito mais notável”, afirma o estudo.

A pesquisa apontou duas possíveis explicações para o fato de os mais velhos compartilharem mais notícias falsas: ausência de uma alfabetização digital e um declínio cognitivo, fazendo com que se tornem mais propensos a cair em fraudes.

Os autores do estudo agora pretendem verificar essas hipóteses em um novo estudo e identificar se as pessoas são mais propensas a compartilhar fake news publicadas por amigos próximos. A análise irá se concentrar no Facebook, mas poderá ajudar outras redes sociais a lidarem com o problema.

Com informações: The Verge, Mashable e TecnoBlog

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