Pintura dos ônibus da Blumob, um desgaste desnecessário

Foto: Câmara de Blumenau

A Prefeitura tem que cuidar os estragos que o Seterb tem provocado à imagem da administração Napoleão Bernardes (PSDB) e não é de agora. A condução de uma situação menor, que é a pintura dos 140 ônibus da frota antiga da Blumob, virou um problemão, que a cada manifestação do comando da autarquia só piora.

Foi assim na reunião desta quinta-feira, 14, com os vereadores, intermediada pelo líder do Governo, Sylvio Zimmermann Neto (PSDB).

Foto: Câmara de Blumenau

Por motivos pessoais, não pude comparecer, mas ouvi todo o áudio do que foi debatido por quase duas horas. E acompanhei a repercussão.

O presidente do Seterb, Carlos Lange, estava acompanhado pelo assessor jurídico, Caio Silveira. Fez um cronograma do que aconteceu até agora, para depois apresentar a proposta da Blumob, cerca de setenta dias depois de começar a operação oficial.

A Blumob apresentou três propostas, mas apenas uma está sendo considerada pelo Seterb. Uma padronização visual nos seis terminais. Lange chegou a fazer uma apresentação de como ficariam os terminais, como garoto propaganda.

A redução de tarifa teria sido proposta também, mas o Seterb considera o impacto irrisório, que deve ser mesmo. A terceira proposta da Blumob foi fazer melhorias na garagem da Prefeitura, onde funcionou(a) a garagem da empresa, também descartarda.

Ou seja, ficou apenas a proposta dos terminais. Lange foi na linha que, ou se aceita a melhoria na comunicação visual ou a empresa pinta os ônibus. Seria isso e pronto.

Advogado que é, parecia trabalhar como defensor da Blumob em alguns momentos. Chegou a lembrar que a empresa investiu R$ 32 milhões nos novos 100 ônibus, como se isso fosse um favor.

Também não questiona os orçamentos apresentados pela Blumob para a pintura, que variariam entre R$ 1,8 mil e R$ 2,6 mil por veículo. Como disse o vereador Alexandre Caminha (PROS), nem seu fusca tem uma pintura tão barata.

Depois de sua apresentação inicial, Carlos Lange foi questionado pelos vereadores.

Alguns deles usaram a oportunidade para fazer demagogia e palanque, mas a maioria fez boas perguntas.

Alguns também estavam bastante desinformados.

Claro, o Gilson de Souza (PSD), o Professor Gilson, foi o mais incisivo, nas perguntas e nos apartes. Jovino Cardoso (PSD), nos ataques.

As críticas prevaleceram.

O vice-presidente Almir Vieira (PP) foi certeiro. “Sou base do Governo, apoio o Governo, mas não vamos aceitar que a empresa imponha o que fazer, ela não cumpriu o contrato”.

Bruno Cunha (PSB) defendeu uma consulta pública para definir de que forma o novo “benefício” que a Blumob recebeu, ao não arcar com os custos da pintura de 140 veículos, reverteria para a comunidade. “Cabe ao usuário decidir”.

Ricardo Alba disse que “a proposta apresentada é risível, temos que perder nosso tempo ouvindo este tipo de proposição”.

Alexandre Caminha perguntou se há previsão de multa, mas Lange novamente argumentou em defesa da empresa, dizendo deveria ser aberto um processo administrativo e que a empresa está no prazo ainda. “Não vou tecer comentário sobre esta apresentação de comunicação visual do presidente Lange, realmente só nos tomou tempo”, finalizou Caminha, defendendo redução da tarifa.

Marcelo Lanzarin (PMDB) também fez críticas, mas ao processo como um todo. “Ônibus novos não são ônibus modernos”.

Coube  a Alexandre Matias (PSDB) fazer defesa. Defendeu os orçamentos apresentados pela Blumob para a pintura e também o que considera “revolução do transporte coletivo”.

Ito pediu “compensações” melhores, como o retorno das estações de pré-embarque, pertencente aos SIGA e, portanto, em litígio. Mas defendeu, no geral, as mudanças no transporte coletivo feitas pela administração.

Dos presentes, apenas Jens Mantau (PSDB) não falou. Marcos da Rosa (DEM), como presidente, fez um fechamento apaziguador.

Zeca Bombeiro (SD), Becker (DEM) e Adriano Pereira (PT) não estavam.

O Seterb e a Prefeitura tiveram tempo para buscar uma solução mais adequada, mas deixaram passar. Em algumas situações, postam-se mais ao lado da empresa do que do interesse público.

A empresa descumpriu uma cláusula do contrato e deve ser responsabilizada. Já ganhou benefícios demais na fase dos contratos de emergência.

Como? Não sei, mas era o mínimo que esperava que a Prefeitura fizesse, cabe a ela, afinal é o Poder Concedente. Preferiu trazer o “prato feito” da empresa, que está descumprindo uma questão legal.

Afinal, qual é a proposta do Município?

3 Comentário

  1. E EU PAGO O SALÁRIO DE FUNCIONÁRIO PUBLICO PARA FISCALIZAR E ELE SE VENDE, SR. PREFEITO ESTA É A NOVA POLITICA??????????????

  2. Porque o Presidente do Seterb e o vereador Alexandre Matias são defensores da Blumob?

    Estão em seus cargos para fazer cumprir a lei, mas pelo que vimos e ouvimos, defendem a empresa que não cumpre o contrato.

    Será porque ?

    Por essa e por muito mais, a CPI do transporte público engavetados pelos vereadores na gestão passada traria à tona muita coisa obscura nesta concessão.

    Tem Coelho neste mato…e é grande.

  3. Senhores Desocupados:

    Parem de nos encher o saco (desculpem-me os olhos mais sensíveis) com essa m@#da da pintura dos ônibus velhos.

    Esses ônibus não vão ser substituídos logo, logo?

    Ora, senhores, vão ver se eu estou lá na esquina!

    Que me importa a mim, o idiota, se a pôr#@ do ônibus está pintada de branco ou preto ou a pqp!

    Podem deixar assim, mas nunca pintem da cor do pt, rsrsrsrs…

    Alcino Carrancho

    (O Idiota Que Fica Perdendo Tempo Com Desocupados)

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