“O malvado favorito” Eduardo Cunha foi cassado

A expressão, cunhada pelo ex-deputado, corrupto confesso e delator do Mensalão, Roberto Jefferson (PTB), serviu para definir o ex-todo poderoso Eduardo Cunha. Ele viabilizou o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Roussef (PT), arquitetado por várias forças políticas e econômicas.

polibiobraga.blogspot.com
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Depois da eleição de 2014, Eduardo Cunha disputou e venceu a eleição para a presidência da Câmara contra o PT  de Dilma e companhia. Em seguida entrou em rota de colisão com o Governo e seus representantes no parlamento.

Representa o “baixo clero”, o “Centrão”,  grupo de deputados sem muita expressão que se fortaleceu graças a união.

Sua carreira política começou na década de 80, primeiro ao lado do ex-governador carioca, Moreira Franco, e depois de Fernando Collor de Melo. Collor eleito, garantiu vaga para Cunha na Telerj, empresa pública de telefonia do Estado do Rio. Já naquela época, 1992, é investigado por suspeita de irregularidades, sendo exonerado com denúncias de corrupção, as primeiras de várias.

Desde 2002 é deputado federal, sempre pelo PMDB. A partir de 2012 começa ganhar força interna no partido e se tornou um dos homens mais poderosos do parlamento brasileiro, a base de chantagens e troca de favores.

Seu poder acabou depois de viabilizar o afastamento do PT. De todo poderoso, agora teve apenas 10 votos na sessão desta segunda-feira a noite. Outros 450 colegas entenderam que ele deveria ser cassado por quebra de decoro parlamentar, depois do mais longo processo do Conselho de Ética na Câmara.  Foi acusado de manter contas secretas no exterior e de mentir sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobrás, em 2015.

Sem imunidade, agora vira alvo fácil do Poder Judiciário, que o julga por várias falcatruas, inclusive na Operação Lava Jato.

Despediu-se de cabeça erguida, disparando contra o PT e a Rede Globo. Fez mais uma vez seu papel nefasto para política brasileira, sugerindo que sua penalização era um precedente perigoso para os demais colegas, numa clara e derradeira tentativa de intimidá-los.

Despede-se sabendo muito das baixarias do nosso Congresso Nacional, hoje ainda uma casa onde a rapinagem está institucionalizada.

Já vai tarde. Precisa agora ser preso.

1 Comentário

  1. Nada mais justo, pena que não conseguimos cassar todos os envolvidos em corrupção, ficariam poucos, muito poucos .

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