O agronegócio veste rosa

Cintia Leitão de Souza

Diretora do Segmento de Agronegócio da Senior

 

A indicação de Tereza Cristina como a nova Ministra da Agricultura nos leva a fazer importantes reflexões sobre a mudança dos papéis de gêneros no campo e a celebrar o que o agronegócio tem de melhor: a diversidade.

Não podemos mais segurar o tempo nem as mudanças, da mesma forma como não se pode mais conter as grandes transformações advindas destas. Soma-se a isso a crescente presença das mulheres em posições de lideranças nas organizações e no fomento da agropecuária. O homem do campo se despe de gênero e o agronegócio e, aos poucos, veste-se de rosa. Vem para a vitrine do Brasil e do mundo. As mulheres desenvolvendo seu papel, sejam como sucessoras, líderes de empresas, influenciadoras, agricultoras ou líderes no governo. As mulheres crescem, lideram, transformam e aparecem. Esta é uma crescente tendência do agronegócio da mesma forma como transformações tecnológicas, que aceleram as trocas de informações e a tomada de decisão no campo.

Ainda em menor quantidade mas com números crescentes, as mulheres vêm conquistando cargos de liderança que antes eram exclusivamente masculinos. A presença masculina, seja no universo das corporações ou no campo, é atribuída a uma questão cultural que de fato, vem mudando ao longo dos anos. Homens e mulheres ocuparam historicamente papéis diferentes na sociedade. Hoje caminhamos para a redefinição dos limites desses papéis. Mais do que empoderar, palavra da moda, a evolução do papel da mulher veio em decorrência da aquisição de direitos, desde a luta pelo sufrágio universal no início do séc. XX, até a luta por igualdade de remuneração dos nossos tempos. É uma questão de tomada de consciência. A mulher deixou de simplesmente ser responsável pelos afazeres domésticos e ingressou no mercado de trabalho deixando de ter obrigações apenas como mãe e esposa para completar um ciclo de vários papéis, baseado na capacidade individual indiferente de uma classificação puramente por gênero.

É uma evolução cultural e uma conquista de espaço, onde se comprova que a diversidade, a composição das diferenças dos gêneros, se complementam. No campo, as mulheres assumem a liderança somando sua multidisciplinaridade de visões e papéis às construções de análises estratégicas que fomentam o futuro das decisões, advindas do uso de dados de sensores, máquinas guiadas por robôs, informações de satélites, drones e sistemas de gestão interligados do cultivo à produção, das aquisições às vendas de grãos, carnes e/ou insumos.

As empresas, as organizações e, principalmente o campo, precisam de pessoas que inspirem outras e que consigam extrair o seu melhor. A riqueza da diferença dos gêneros complementa o desempenho profissional de homens e mulheres. A diversidade se faz necessária. Principalmente no agronegócio, setor essencialmente diverso por natureza.

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