Líder indígena de Jose Boiteux é assassinado

A violência urbana tirou a vida de Marcondes Nambla, líder indígena, que exercia um importante trabalho social na reserva de José Boiteux, atuando como educador e juiz da aldeia. Ele foi brutalmente espancado na madrugada do dia 1º de janeiro, em Penha.

A policia investiga o caso, mas ainda tem poucas informações.

Marcondes estudou no curso de Licenciatura Intercultura Indígena do Sul da Mata Atlântica e era um defensor da preservação da língua e da cultura do seu povo.

Nas redes sociais, amigos e lideranças destacam o papel dele. O Reitor da FURB, João Natel lembrou que Marcondes foi um dos formuladores da Política Indígena da FURB, que será discutida no Conselho Universitário.

 

O corpo de Marcondes Nambla será enterrado hoje na Reserva de José Boiteux.

1 Comentário

  1. Exterminar populações nativas para ocupar seus territórios é uma tradição brasileira. Começou no ano de 1500, quando o explorador português desembarcou da caravela e avistou no litoral da Bahia índios que habitavam há séculos as terras anunciadas como recém-descobertas. Apesar de ser tratado como herói e de receber homenagens em monumentos e em nomes de ruas por ter percorrido epicamente longas extensões do território brasileiro, o bandeirante foi, antes de tudo, um genocida. Entrava nos sertões à frente de uma comitiva armada e buscava populações indígenas. Ao encontrá-las, destruía aldeias, trucidava homens, mulheres e crianças indistintamente e conduzia os sobreviventes – acorrentados – até os engenhos de cana-de-açúcar onde os vendia como escravos. O extermínio dos povos originários foi amparado na Doutrina da Guerra Justa, utilizada pelo conquistador para banalizar a morte dos pagãos resistentes à chegada do progresso. Pagãos, infiéis, gentios bárbaros, tapuios, caboclos, caiçaras ou bugres eram pejorativamente chamados os povos que não compartilhavam com o colonizador religião, idioma e costumes e chegada do progresso significava a ocupação de suas terras pelo estrangeiro invasor. A História do Brasil precisa ser revista para revelar interpretações mais verossímeis do que as ensinadas nos livros didáticos, omissos em relação à política genocida praticada há 500 anos pelo Estado Brasileiro contra os povos originários. Índios avistados nos semáforos das cidades brasileiras, pedindo esmolas para garantir a sobrevivência, provam que a tradição continua, porém com versão atualizada. Chegada do progresso significa, hoje, expulsar populações indígenas de suas terras, derrubar a floresta e implantar nelas atividades altamente lucrativas que destroem o meio ambiente e desestruturam a organização social indígena. Quem lucra com a mineração à base de mercúrio que contamina rios e lagos onde os índios pescam e bebem; com o comércio clandestino de madeira e carvão que reduz florestas inteiras a montes de toras e brasas; com a plantação extensiva de milho e soja que abusa dos agrotóxicos e torna o Brasil o maior consumidor de venenos do planeta, e com os projetos de usinas hidrelétricas que são construídas sem respeitar estudos de impacto ambiental e social ?

    https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2013/04/19/interna_politica,373440/documento-que-registra-exterminio-de-indios-e-resgatado-apos-decadas-desaparecido.shtml
    http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-09-25/construcao-de-rodovias-no-governo-militar-matou-cerca-de-8-mil-indios.html

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