Ivo Hadlich, o artista da Vida

A entrevista é um dos prazeres que a profissão de jornalista me proporciona. Falo daquela com mais tempo, só o repórter e a fonte.

Nestes 29 anos de profissão, perdi a conta das que fiz.

Infelizmente, muitas delas são protocolares – não menos importantes -. Pergunto, mas já sei a resposta, em especial quanto é com políticos.

Sem surpresas.

Na última sexta-feira, na Rádio Nereu Ramos, não foi assim, quando conversei com Ivo Hadlich, pelos 55 anos de vida cultural e afins.

Tenho procurado, nas sextas,  sempre fazer uma bate papo diferenciado, mas light e a vontade, buscando desanuviar a semana e entrar bem no fim de semana.

Conheço Ivo desde quando vim morar em Blumenau, em meados da década de 1990. Sabia que fez muita coisa, mas não tinha dimensão de tudo.

E o Ivo me surpreendeu, recompensa suprema para um jornalista acostumado com mais do mesmo.

Desde a história de sua família – papai e mamãe, assim este senhor de mais de 70 anos referia-se aos pais -, passando pelo circo, cultura,  proteção animal, política e  vida.

Ivo Hadlich tem 73 anos e pelo menos uma vez por semana diz pilotar sua moto, uma CB 400 de 1982. E que atuou no globo da morte de alguns circos Brasil a fora, ele que executou várias funções embaixo das lonas, em pequenos e grandes picadeiros.

Além das deliciosas passagens pelo circo, Ivo só não foi músico quando o assunto é cultura: poeta, escritor, ator e gestor, ele que foi presidente da Fundação Cultural de Blumenau com Décio Lima e depois com João Paulo Kleinübing.

Também foi vereador e presidente da Câmara e orgulha-se de ser a ficha sete de filiação do antigo MDB em Blumenau, ele que ainda milita no partido, de uma forma muito crítica ao estágio atual.

Quando poucos falavam, esteve na linha de frente na proteção animal. Articulou a iniciativa que virou lei, de proibir animais em circo em Blumenau, projeto de autoria de Célio Dias.

E deu várias lições de vida, lembrando Cora Coralina, que surgiu para a poesia com 64 anos.

“Se eu não posso acrescentar dias a minha vida, que eu acrescente vida aos meus dias.”

“Sei que meus dias cada vez são menos, não vou me acomodar em frente a televisão, eu gosto de acrescentar vida aos meus dias…”, ensina, isso mesmo, ensina Ivo Hadlich.

“Quando me perguntam o que tomo para tanta vitalidade, digo: atitude,…faça algo para seu semelhante, faça uma horta, cuide dos passarinhos…”

Foi uma entrevista saborosa, daquelas que me lembram os motivos que me fiz escolher o jornalismo.

Obrigado Ivo.

Ela foi transmitida ao vivo pelo Facebook do Informe Blumenau, confira aqui.

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