A insanidade das redes sociais

Alexandre Gonçalves

Jornalista, editor Informe Blumenau

 

Esse simpático senhor com o neto (ou filho) no colo é o retrato do teatro dos horrores que vemos nas redes sociais.

Não o conheço e, imagino, que ele não saiba nada sobre minha vida.

Mas o que não o impediu de desejar que eu receba um tiro no rosto. Qual o motivo?

Por conta de uma postagem publicada no Informe Blumenau, que, casualmente, não é de minha autoria. É de Fernando Krieger, um jovem estudante e um trabalhador buscando seu caminho, que, a exemplo de outros, escreve artigos voluntariamente para o portal, sobre temas diversos.

O Fernando escreveu sua opinião sobre o desarmamento. Está claro na postagem que é opinião, e não informação.

No Facebook, a grande maioria das pessoas nas quais a mensagem chegou, criticou os argumentos do Fernando e o portal.

Até aí, tudo certo. O bom da liberdade, da democracia, é isso, a pluralidade de opiniões e visões.

Ninguém é dono da verdade.

Muito menos o Informe Blumenau.

Podemos não concordar com o Fernando ou com as demais pessoas que escrevem eventualmente para nós, mas qualquer um terá espaço no nosso portal. Quando mais gente argumentando, contrapondo, melhor. Basta escrever, colocar suas ideias para a discussão.

Nos argumentos, nas palavras e nas atitudes. Não na marra, não na irracionalidade, como a constatada na página do Facebook do Informe.

O Arcildo Arseno Sehnen diz que eu devo levar um tiro na cara para mudar de opinião sobre um texto que não escrevi. Outras pessoas desejaram que minha casa fosse invadida por bandidos como argumento para não concordar com o que está escrito.

Fora os comentários que atacam minha trajetória profissional e pessoal, sem saber quem é este ser humano que apenas está viabilizando um canal de comunicação para que as pessoas reflitam. Um trabalhador, como todos, ou pelo menos a maioria.

E o que mais me dói e evidencia a  insanidade – ou seria bestialidade?- das redes sociais, foram alguns ataques homofóbicos contra o Fernando.

Cabe ação judicial.

Minha solidariedade ao Fernando, meu repúdio a essas pessoas que acham que podem tudo no Facebook. Por isso, faço questão de expôr quem incita ódio e discriminação.

Não é preciso concordar. Mas respeitar. E se possível, argumentar com palavras.

9 Comentário

  1. Quem não tem argumentos, parte para o ataque irracional e geralmente se perde no sentimento de insegurança que gera medo e reações instintivas. Não consegue perceber a incoerência do próprio raciocínio de ser a favor da violência para combater a violência. Discordar da opinião é uma coisa, querer que a pessoa morra ou sofra qualquer tipo de violência por ter opinião diferente é de uma irracionalidade sem tamanho.

  2. Sou solidário a ti, Alexandre Gonçalves, e ao Sr. Fernando Krieger.

    Um grande abraço aos dois e, reconhecidamente, lhes desejo todo o sucesso.

    Ao trabalho!

  3. Sobre o absurdo da intolerância e do ódio: trata-se de manifestação (ou atitude) que revela algo que vem se tornando comum (embora não seja norma) nas redes sociais. Os agressores pensam que a rede lhes garante impunidade ( e não é verdade); merece além de providências judiciais, também acompanhamento psicológico porque parece revelar psicopatia social (ou coisa mais grave).

  4. Alexandre ,

    Pessoas que agem desta maneira são pessoas pobes de espirito , educação , moral e
    dignidade , pois escrevem nas redes sociais , mas não possuem a coragem de falar frente a
    frente .
    Não sabem ler um texto , não sabem analisar um texto, não conhecem o profissional ou seja , nada sabem , só sabem aquilo que acham que sabem .

  5. Sou totalmente a favor das armas, e de uma Lei decente que puna quem vier a fazer uso indevido. No entanto, solidarizo-me com você quanto ao ocorrido, pois toda e qualquer discussão deve ocorrer no campo das ideias, com argumentos fundamentos e não incitações odiosas.

  6. Corretíssimo Alexandre, a liberdade de expressão não é desejar o ódio a ninguém e sim debater um assunto importante com sabedoria, doutrina, jurisprudência e o mais importante, com educação nas palavras e atitudes.

  7. Caro Alexandre, infelizmente temos pessoas que não conseguem debater e apelam para xingamentos e covardias, infelizmente a rede social é isso.

    Mas infelizmente 90% dos jornalistas e blogs do nosso querido Brasil fazem parte de uma Política que não aceitam ser confrontados e muito menos pessoas que não concordam com a sua opinião, pois se acham com uma inteligência acima e com grande intelectualidade.

    Por anos a esquerda dominou os debates, diminuindo e ridicularizando todos e qualquer pessoa que não concordavam com as suas opiniões, dominaram e ainda dominam praticamente toda mídia no País e fogem de debates importantíssimos como a segurança pública, alegando que o Brasileiro não tem inteligência emocional para ter uma arma e ficam nisso, apenas.

    Acompanhando seu jornal, mesmo contendo textos que não são de sua autoria, outros que são, fica clara a sua posição política e pessoal sendo de no mínimo Centro – Esquerda.

    Isso é normal, o Brasil se acostumou assim.

    Mas temos tudo para mudar isso.

    No mais, supere isso, a rede social tem de tudo.

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