Humanização da saúde vai além de um bom dia

Por Adriana Kreibich da Costa

sócia da Total Saúde

 

Basta uma breve conversa com qualquer pessoa para entender que o brasileiro tem um grande receio em relação a saúde. E isso acontece, essencialmente, por duas questões: o primeiro é o alto custo que envolve qualquer tipo de serviço do setor. Da consulta ao fim do tratamento, os valores muitas vezes extrapolam o orçamento e são inacessíveis para boa parte da população.

O segundo ponto está diretamente ligado ao atendimento. É aqui que entra a humanização da saúde. Tornar esse setor “amigável” não é fácil e vai muito além do bom dia recebido na recepção do consultório. Tem a ver com o preparo da equipe, a preocupação que ultrapassa a visão técnica da doença. Especialmente em atendimentos relacionados à saúde pública, a reclamação sobre a falta de sensibilidade é constante. Muitas vezes perdemos tempo buscando um culpado pela situação sem perceber que precisamos juntos pensar em novas soluções. Temos hoje médicos sobrecarregados, enfermeiros e técnicos mal remunerados, uma demanda muito maior do que o sistema público pode atender.

Repensar os nossos serviços e proporcionar novas formas de acesso a saúde é essencial. A necessidade existe e é crescente, o que nos falta é a descoberta de caminhos que proporcionem o bem-estar do cliente – do momento em que chega ao consultório até a finalização do tratamento – oferecendo serviços de qualidade a preço justo. O crescimento dos cartões de benefícios é um exemplo de novo formato.

Está cada vez mais claro que a humanização não é diferencial mas uma questão essencial para a subsistência de qualquer sistema de saúde. E nos últimos anos tenho percebido um aumento na preocupação dos profissionais em melhorar o formato de atendimento oferecido.

Ainda não podemos dizer que a saúde do Brasil vai bem, obrigada. Mas é repensando nosso modo de atuar que poderemos criar novas oportunidades dentro do setor, focando na necessidade do púbico, com qualidade e sustentabilidade.

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