Aqui no Informe, o presidente da ACIB, Carlos D’Amaral criticou a lentidão das obras de duplicação da BR 470. Agora o deputado Décio Lima traz outro ponto de vista.
Décio Lima
Deputado Federal – PT/SC
SOBRE CAMINHOS
Uma nação é feita de pessoas, lugares e caminhos. Pessoas e lugares, através de suas múltiplas relações, formam experiências únicas e preciosas. As diversidades culturais, étnicas e de vocações econômicas das nossas cidades e regiões são exemplos claros, e belíssimos, de como o encontro entre pessoas e lugares produz a maravilhosa multiplicidade que caracteriza a alma brasileira. Os caminhos permitem que essas experiências compartilhem afeto, saberes e riquezas. Se lugares e pessoas possibilitam a existência das comunidades, os caminhos são fundamentais para que tenhamos uma nação. Amar as pessoas, cuidar dos lugares e trabalhar nos caminhos são as tarefas que, desde muito, percebi serem as minhas na vida pública.
Quando governei Blumenau realizamos um investimento, incrivelmente ousado para o tempo e que permanece único na grandeza, no aperfeiçoamento do sistema viário da cidade. Cuidamos do lugar e das pessoas como nunca se fizera, ou fez novamente, e ao mesmo tempo trabalhamos duramente nos caminhos, abrindo e ampliando estradas, construindo dezenas de quilômetros de ciclovias e trocamos o olhar social na lógica de pavimentação nas ruas onde poucas vezes se viu ações do poder público da cidade. Vi então como os caminhos intervêm de forma dramática na qualidade de vida de todos.
Como representante de Santa Catarina em Brasília, participei de um governo que melhorou a vida das pessoas e a qualidade dos lugares, mas não me descuidei dos caminhos, principalmente os de minha terra. Defendendo os interesses do nosso Estado, durante o grande processo de desenvolvimento nacional alavancado pelo Governo Federal desde 2003, obtivemos avanços incríveis para o sistema viário do Estado, entre eles a tão sonhada duplicação da BR 101.
Se nesta obra pude somar meus trabalhos aos de outras lideranças catarinenses o mesmo não se pode dizer sobre a duplicação da BR 470, empreitada em que meus esforços continuam sendo muitas vezes solitários.
Abandonada durante décadas por sucessivos governos federais a duplicação da 470 precisou esperar a sensibilidade de uma mulher na Presidência da República para que sua importância fosse reconhecida e sua execução colocada como uma das prioridades do País.
Iniciadas as obras tenho me esforçado para acelerá-la de todas as formas possíveis, atuando na mediação dos conflitos e questões próprios de uma obra pública desta envergadura.
Outros, de que desconheço os motivos, se dedicam a permanente sabotagem dos esforços pela duplicação, divulgando inverdades sobre prazos e custos e obstaculizando esforços para resolução de eventuais problemas. Reunido recentemente com o Ministro dos Transportes, obtive garantias sobre os prazos de realização das obras e um desmentido enfático sobre valores ficcionais de pedágios futuros. Saindo da reunião, convicto que meus esforços pela duplicação têm frutificado, me ocorreu que talvez mulheres e homens públicos possam ser divididos entre os que abrem e os que trancam caminhos e que os que os trancam não se importam nem com as pessoas nem com os lugares.
ACIB x DÉCIO; Pessimistas x Otimista; Conjecturas x Realidade; Reclamações x Ação; Defensores do Golpe x Democracia.
Quem é mesmo que quer o bem da cidade?