Artigo: crônica de um triangulo nada amoroso

*Por Josué de Souza, cientista social e professor de Sociologia

 

Era uma vez um PSDB e um PT que queriam ocupar o planalto. Tentaram de todas as formas articular-se em busca de parceiros para isso. As noivas e pretendentes era o PMDB, maior força política do Brasil e partidos nanicos. O PT conseguiu casar-se com o PMDB. O PSDB não teve a mesma sorte. As alianças não davam-se por afinidade ideológica, mas, sobretudo por oportunidade política e apropriação indevida de recursos públicos, propina-poupança (palavras de Herman Benjamin).
Com a eleição disputada, venceu o PT. Não contente com o resultado, o PSDB entrou na Justiça contra PT/PMDB, apontando irregularidades na Eleição. Foram três processos. 1° legalidade das contas, 2° urnas fraudadas, 3° e recursos das contas na campanha. Engana-se o leitor que acha que essas tentativas foram para combater a corrupção ou para aprimorar o sistema eleitoral. Foram “só para encher o saco do PT” (palavras do Aécio). Ah, todas as dias primeiras denúncias foram desconsiderados pelo TSE.
No impeachment da Presidente Dilma, o PMDB trai o PT e leva o PSDB para morar no Planalto. O PT vai para oposição fazer o papel de cônjuge traído. O PSDB realiza o sonho de finalmente voltar ao Planalto. Claro que se incomoda de fazer o papel da outra, ou outro.
Tem se agora o julgamento da última ação judicial PT/PMDB, uma espécie de audiência de instrução e julgamento do divórcio. O TSE, (transformado em juiz de pelada que apita pro lado que berrar primeiro), novamente nega irregularidade na eleição. Porém, o resultado não pode ser comemorado. O PT não pode acusar o PMDB de corrupção, cometeram os crimes enquanto estavam casados. O PMDB, não quer largar o poder. O PSDB, que finalmente chegou ao poder, diz que suas denúncias não eram pra valer….e jura inocência do novo amor.
Isso me lembra um certo sociólogo alemão:
“ Irritam-se os partidos muito mais com os arranhões ao direito de distribuição de cargos, do que com os desvios de programa” (Max Weber –A Política como Vocação).

3 Comentário

  1. Caro amigo! Voce esqueceu de falar dos filhos que todos tem, sendo eles:PP,PPS,PSB,PSD,PROS,SSD,PC d B,PDT,DEM,PV,PSC,entre outros.

  2. Olá, Professor Josué!

    Permita-me informar que, por lapso – acredito – o senhor apôs nesta frase a seguir um “não”. Retire-o, por gentileza:

    “Engana-se o leitor que acha que essas tentativas não foram…”

    Muito bom o seu texto!

    Parabéns!

    Gostei muito da frase do Max Weber, que não conhecia.

    Uma das minhas preferidas é:

    “Na política não há amigos, mas apenas conspiradores que se unem”. (Victor Lasky)

    É pena!

    Alcino Carrancho

    (O Coxinha Ingênuo e Enganado)

  3. Texto que exprime a realidade das quadrilhas denominadas partidos políticos .

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*