A sessão que confirmou o Impeachment

A oposição conseguiu 25 votos a mais do que precisava, mostrando o esfacelamento da base governista, que recebeu apenas 137 votos entre 511 parlamentares presentes. Foram mais de seis horas de votação, mais de oito horas desde o começo da sessão.impeachment sessao

Em seguida ao resultado, o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, assumiu o papel de porta voz do Governo e garantiu que a presidente Dilma “não irá renunciar, nem fraquejar”. Como a situação no Senado já é desfavorável, talvez se tire algum instrumento jurídico da cartola para tentar  barrar o processo. Na esfera política, foi-se.

Hoje Dilma deve pronunciar-se, sem horário definitivo.

Na votação deste domingo, a Bahia foi o estado onde a presidente garantiu o maior número de votos. 22 a 15 e mais duas abstenções. No Ceará e Amapá também houve vitória. Os três estados são governados pelo PT (BA e CE) e pelo aliado PDT (AP). A votação ficou empatada no Piauí e no Acre.

Nos demais estados a vitória da oposição foi esmagadora.

Muitas coisas chamaram a atenção. Parlamentares evocaram Deus, a religião, a família, os filhos e netos na hora de votarem.

O presidente do PR, ex-ministro Alfredo Nascimento, até então aliado, votou pelo impeachment renunciando ao cargo partidário.

Tiririca, também do PR, deixou para anunciar seu voto na hora. Também contrariando a orientação do partido, votou sim, em umas das poucas manifestações públicas dele.

Bolsonaro pai (PSC) enalteceu o presidente Eduardo Cunha, lembrou um dos maiores torturadores do país, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra na hora de votar. Jean Wyllys (PSOL) disse estar constrangido em participar de uma sessão conduzida por um ladrão e um corrupto e apoiada por torturadores. Depois deu uma cuspida em Bolsonaro.

O sangue frio de Eduardo Cunha. Vários, vários parlamentares mesmo, despejaram adjetivos contra ele como gangster, corrupto, ladrão, afirmando “Cunha, sua hora vai chegar”. O máximo que se observava no rosto dele era um sorriso irônico. Na hora de votar, Cunha afirmou ” que Deus tenha misericórdia desta nação”, para depois referendar o sim.

A fama do voto decisivo ficou para Bruno Araújo , do PSDB de Pernambuco.

Dos 16 deputados catarinenses, 14 votaram favoráveis ao afastamento. Celso Maldaner, do PMDB, que ficou boa parte do tempo em cima do muro, limitou seu voto ao Sim.

João Paulo Kleinübing (PSD) saudou a brava gente de Santa Catarina e da “minha” Blumenau. Décio Lima fez um discurso lembrando os tempos da Ditadura para fazer a analogia do golpe.

Assim, a bola fica para o Senado, que cabe decidir primeiro a admissibilidade da denúncia ( por maioria simples) e caso aceite, julgar se a presidente Dilma cometeu crime mesmo.  Ao aceitar a denúncia, já afasta a presidente durante o período do julgamento, num prazo máximo de seis meses.

 

1 Comentário

  1. O ato do Deputado Jean Wyllys mostra que existem pessoas que não aceitam o contraditório. Quer respeito, mas não respeita . O que ele fez é um dos atos mais degradantes que uma pessoa pode cometer, deveria ser processado . Esta e a igualdade que tanto luta ?
    JPK não me representa , esta envolvido em corrupção , não tem moral para falar em meu nome .
    Essas são as pessoas que querem mudar o país .

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