A nova luta de classes

Décio Lima

Deputado Federal, presidente do PT /SC

 

As grandes revoluções da história foram em grande parte motivadas pelo que veio a ser chamado de luta de classes, tema que estimulou as mentes de David RicardoPierre-Joseph Proudhon e Karl Marx, entre muitos outros.

A luta de classe originalmente posicionou de um lado os proprietários dos meios de produção e de outro os trabalhadores possuidores da sua força de trabalho. Entretanto tudo indica que está no ar uma nova possibilidade de embate ideológico.

O que há de relativamente novo na economia é o aumento do fluxo de capitais e não de mercadorias. Este aumento está ligado a um processo denominado “financeirização” da economia. Isto é, as atividades financeiras vêm ganhando mais importância que as de produção e de comercialização de produtos.

Essa “financeirização” decorre da preponderância da lógica financeira e tem por consequência a supremacia dos mercados financeiros, das instituições financeiras e das elites financeiras no direcionamento da economia e até na ocupação direta das instituições de governo, tanto em nível nacional como internacional.

No Brasil uma evidência dessa transformação em curso, é a vigência da emenda constitucional do teto dos gastos públicos (novo regime fiscal), aprovada para congelar os gastos públicos, porém preservando a intocabilidade dos juros.

Assim, preocupado apenas em garantir a rentabilidade da usura, o governo ilegítimo e corrupto, completamente alienado do real problema macroeconômico do país – inflação relativamente baixa em cerca de 4%, e declinando mais rapidamente do que a Taxa Selic anualizada, ainda superior a 10%, provocou a maior recessão econômica desde 1930 (retração de 7,2% segundo o IPEA) e, consequentemente levou ao desemprego mais de 14 milhões de brasileiros.

Em suma a economia real (da produção) vai muito mal ao passo que a economia virtual (dos juros) vai muito bem. É chegada a hora de reagir antes que o caos se aprofunde e perdure, desafiando a resiliência da nossa gente.

É absolutamente urgente que empresários e trabalhadores que compõem o setor produtivo se organizem em torno de uma causa comum – a sua sobrevivência econômica e política. Primeiramente importa abandonar alguns preconceitos, de ambos os lados, e, em paralelo aproximar-se dos partidos políticos alinhados com a perspectiva de fazer frente à “sacralização” dos juros e aos privilégios concedidos aos bancos e à agiotagem oficializada.

Sem dúvida a saída segura para este momento se dará, sobretudo, a partir da criação de uma visão compartilhada entre as classes produtiva e política (exceto aqueles irremediavelmente comprometidos com o rentismo), objetivando a democratizar o sistema fiscal de modo a minimizar a influência do capital financeiro, bem como incentivar o fomento para a produção.

Solução de caráter progressista já se mostrou viável na prática. É o caso da chamada “geringonça” em Portugal (meu artigo anterior – “Uma Geringonça Brasileira é Possível”) e corresponde exatamente à formação de uma autêntica frente ampla que irá combater o crime de lesa pátria que vem sendo perpetrado pelos golpistas.

Contudo não podemos ser ingênuos. Temer e o seu núcleo político tem os dias contados, porém os donos do poder financeiro (rentistas e mídia associada) querem que o golpe prossiga. Pretendem a solução distante do voto para colocar no poder o atual Presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (de biografia nada republicana). Querem mais do mesmo.

Só há uma saída – Diretas Já!

4 Comentário

  1. deciozinho:

    Leste a matéria da VEJA e, esperto que és, continuas pensando que todos à tua volta são imbecis, por isso deturpas conteúdos adaptando-os à tua esperteza.

    Sugestão: vai ver se eu estou lá na Albânia, vai!

    Outra: vai ver se eu estou lá na Venezuela, vai!

    Dá um abraço ao “porco espinho” da Coreia do Norte.

    O pt é a escumalha dos partidos políticos brasileiros.

    Eu e tu teremos que engolir o Temer enquanto não o mandam para o inferno, pois ele está lá de forma legítima e constitucional.

    A tua Constituição – que é a minha, também – dita eleições indiretas caso o Temer seja defenestrado e é isso que eu, Alcino Carrancho, quero, ou seja, para ti que não entendes, fora Temer!

    Se quiseres ser regido por outra Constituição, vai visitar o “porco espinho” e fica por lá…

    Alcino Carrancho

    (O Anti-petista)

  2. Vai se atualizar Deciolino. Porra sempre com esse papo ideologico ricdiculo!
    VAI TRABALHAR, PLANTAR BATATAS !

  3. Muito bom o artigo. desatualizados são os midiótas acima acólitos do detrito sólido de maré baixa.

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