À luz da história

Felipe Schulte

Bacharel em Direito

Enquanto o candidato das armas e dos tiros, arrependido por não ter se preparado melhor para o debate, atrapalhava-se em responder as perguntas, os entrevistadores deleitavam-se com o show de horrores que assistiam gratuitamente.

Porém, em um momento, o candidato e seus apoiadores respiraram aliviados, ele havia conseguido calar os detratores. A forma de fazer isso foi responder um questionamento sobre o regime militar citando Roberto Marinho, dono das organizações globo. Marinho, na época, defendeu o regime e sua defesa foi citada pelo candidato à presidente. Os jornalistas ficaram quietos, quem em sã consciência iria debater em nome do chefe da empresa?  E ainda mais com a memória de um homem já falecido? Imagino que naquele mesmo segundo, os apoiadores do político profissional dirigiam-se aos computadores para postarem tal cena. Todavia, também imagino, que os filhos de Roberto Marinho também faziam seus telefonemas aos diretores do programa.

Mitos na realidade não existem, muito menos no mundo político, a alegria destes apoiadores durou pouco. No fim do programa, a jornalista que foi torturada pela ditadura, leu uma nota realizada a toque de caixa pela sua empresa em que informou que, à luz da história,  o apoio ao regime militar foi visto como um ato errôneo e que a saída dos problemas atuais é pela democracia. O candidato teve que escutar, sem direito a réplica, como uma criança que fica de castigo.

Constrangimento para os dois lados. Vitória da história e da democracia.

A questão é que no altar sagrado da história, ela nos leva a verificar de forma mais lúcida os problemas do passado. É por ela em que evoluímos e que nos impede de não irmos ao mesmo caminho errôneo que já foi traçado. A história mostra-nos que a saída é pela democracia, e  que este é o caminho correto a sermos direcionados. Acredito que ela irá perdoar muito dos pecados políticos que cometemos atualmente.

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