A esclarecedora entrevista da direção do Hospital Santo Antônio

Nesta terça-feira pela manhã, a diretoria do Hospital Santo Antônio chamou a imprensa para detalhar os motivos que fizeram  colocar restrição para atendimento no Pronto Socorro para pessoas adultas, fato anunciado na segunda-feira.

Na verdade a restrição é “pró-forma”, pois o hospital não pode deixar de atender. Mas o objetivo é convencer as pessoas a procurarem atendimento nas unidades de saúde da Prefeitura.

Esta é a primeira declaração que destaco. A diretoria voltou a afirmar que pelo menos 70% das pessoas que procuram atendimento não são casos de urgência e nem emergência.

Outro fala importante é de que não é um problema financeiro e nem de falta de profissionais. Os recursos para custeio estão em dia e o quadro de trabalho está completo. Falta é espaço para atender a demanda. Segundo a gerente geral Isabel Casarin, todos os leitos da instituição, em todos os setores, estão ocupados, inclusive na ala de convênios. “É uma demanda excessiva”, diz Regina.

No Pronto Socorro são 15 leitos adultos e pela manhã tinham pessoas em cadeiras por falta de lugar adequado.

Os três profissionais na coletiva defenderam a necessidade de Blumenau contar como uma UPA (até mais de uma), Unidade de Pronto Atendimento. “Blumenau é a única cidade com mais de 300 mil habitantes que não tem”, afirmou a médica Natália Zimmermann, responsável pelo PS.

A avaliação do comando do hospital é que muitas pessoas procuram o pronto socorro em busca de exames, receitas e até atestados e que as UPAs funcionariam como uma triagem. Afirmam que os ambulatórios e ESFs não conseguem atender esta demanda mais emergencial dos pacientes.

Outra fala é de que, a ampliação no horário de atendimento dos ambulatórios gerais de Blumenau tem pouco impacto no atendimento no HSA.

Todos os profissionais falaram da dificuldade de entendimento por parte da população. “Falta conscientização, mesmo com todos os argumentos que fazemos”, diz Isabel Casarin. “Precisamos priorizar os atendimentos mais graves. Se chegam ambulância do Samu, dos bombeiros, temos que dar atenção. Muitos casos são complexos e demandam tempo.”

Outra fala importante é sobre as agressões verbais e até físicas por parte de de alguns usuários contra os profissionais. São comuns, segundo os relatos.

Quem quiser acompanhar os argumentos do comando do hospital, veja aqui. O som está baixo, mas dá para entender.

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