A condenação de Russomanno e o caso Cezar Cim

Foto: divulgação Facebook

O deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP)  foi condenado pela Justiça a pouco mais de dois anos de prisão, que claro, serão revertidos em trabalhos comunitários e cestas básicas. O crime praticado pelo apresentador da Rede Record e pré-candidato a prefeito de São Paulo tem semelhança com o caso do vereador Cezar Cim (PP), líder do governo Napoleão Bernardes (PSDB). Aqui a coisa foi parar em baixo do tapete. cezar cim

A Justiça entendeu que Russomanno usava uma servidora do gabinete dele para serviços  particulares, mais especificamente em uma produtora que o ajudava em seu programa de TV. Apesar das negativas do parlamentar, que gosta de pregar o moralismo,  o juiz responsável entendeu que a atuação misturava o público com o privado, confundindo os interesses.

Aqui em Blumenau pelo menos dois assessores de Cezar Cim foram flagrados dando expediente no escritório de advogacia do vereador. As denúncias apresentadas pelo vereador Jefferson Forest (PT) indicavam  a atividade privada, mas não foram suficientes para gerar algum tipo de punição por parte dos colegas, primeiro na Corregedoria e depois na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.

Confira  a reportagem exibida no Portal Comunique-se sobre o caso Russomanno.

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Celso Russomanno é condenado a dois anos de prisão por desvio de dinheiro público

Deputado federal pelo PRB de São Paulo, líder em pesquisas de intenção de voto na corrida para a Prefeitura da capital paulista, apresentador da TV Record e condenado a dois anos e dois meses de prisão. Assim pode ser definido o minicurrículo do parlamentar-jornalista Celso Russomanno, que teve o último item inserido em sua biografia no sábado, 28, após a revista Veja divulgar sentença de 2014 da Justiça Federal do Distrito Federal, que o considerou culpado pela prática de peculato, crime relacionado à apropriação e ao desvio de dinheiro público.

Convertida em 790 horas de trabalho comunitário e doação de 25 cestas básicas, a condenação de Russomanno é referente ao fato de o político-comunicador ter nomeado para seu gabinete uma mulher que, segundo avaliado pelo Judiciário, dava expediente na empresa particular mantida pelo jornalista atualmente contratado pela Record, onde comanda o quadro ‘Patrulha do Consumidor’. A Justiça Federal concluiu que o deputado manteve Sandra de Jesus como assessora da Câmara por quatro anos, sendo que ela trabalhava na produtora Night and Day Promoções. O caso ocorreu de 1997 a 2001, período em que o congressista esteve filiado ao PSDB e ao PPB (hoje PP).

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Russomanno alegou que Sandra trabalhou na emissão de passagens aéreas e no atendimento de consumidores e eleitores em seu escritório político na capital paulista, que, por coincidência, funcionava no mesmo endereço em que a produtora mantida por ele. O diário garante, entretanto, que “várias testemunhas e documentos comprovaram” a ilegalidade: a mulher nomeada como assessora parlamentar atuava na gerência da companhia particular, chegando a assinar a carteira de trabalho de funcionários contratados pela produtora controlada pelo jornalista.

Responsável por avaliar o caso, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira afirmou que, mesmo Sandra tendo trabalhado no atendimento e apoio à população, os fatos demonstram que o serviço ao qual foi nomeada não era exercido de forma exclusiva, misturando interesses públicos e privados. “Mesmo a atividade de atendimento ao consumidos, conquanto tenha alto grau social e de benefício à população, não pode ser reputada atividade parlamentar típica e exclusiva. Trata-se de um misto de atividade parlamentar, jornalística e empresarial”, informa parte da sentença.

O juiz reforçou que Russomanno obtinha destaque midiático graças ao atendimento de quem recorria até sua equipe. “Ao mesmo tempo aufere vantagem de alguma maneira com o programa, porque colhe das pessoas atendidas gratuitamente o material humano e a matéria para audiência na TV”, definiu o magistrado, que cravou: o caso culminou em desvio de verba pública. “Valendo-se da qualidade de deputado federal, o réu concorreu que fosse desviado dinheiro público em proveito de Sandra de Jesus e indiretamente dele próprio, já que a União passou a remunerar pessoa cujo encargo seria da empresa [a produtora Night and Day Promoções]”.

Normalmente ativo nas redes sociais, com postagens diárias na fan page que administra, Russomanno ainda não se posicionou publicamente sobre a condenação relativa a fevereiro do ano passado e detalhada neste fim de semana por reportagens da Veja e da Folha. No Facebook, no entanto, internautas têm criticado o parlamentar e jornalista. “Vergonha, não podemos ter um deputado e um prefeito como você”, postou o usuário identificado como Diego Willian. “O que devemos fazer com um político condenado pela Justiça Federal? Podemos devolver?”, questionou Ceci Casquilho, ironizando a principal bandeira política do comunicador, a atuação em defesa do consumidor.

 

1 Comentário

  1. Numa hora dessas, onde está o promotor da Moralidade Pública de Blumenau, Gustavo Meireles Ruiz Dias ?

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